Os homicídios no Paraná são mais freqüentes aos domingos, no horário entre as 18h à 0h. Já os crimes contra o patrimônio, que envolvem roubos e furtos de carros e de casas, acontecem na maior parte durante os dias da semana, pela tarde, das 12h às 18h. Os dados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (Sesp-PR) e são referentes ao segundo trimestre de 2008, de 1.º de abril a 30 de junho.
As estatísticas mostradas no "Mapa da Violência", que foi divulgado na semana passada , apontam que as noites de domingo foram as mais violentas do estado no segundo trimestre. No horário entre as 18h à 0h os crimes contra a pessoa (incluindo homicídios, agressões físicas, ameaças e injúrias) atingiram o pico de 1.600 ocorrências no segundo trimestre. Na segunda-feira, por exemplo, o número de registros cai pela metade no mesmo horário.
De acordo com o sociólogo Pedro Bodê, coordenador do Centro de Estudos em Segurança e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), há uma explicação histórica e já clássica para o aumento da criminalidade nos fins de semana. "As pessoas acabam saindo mais, se encontrando e bebem mais", explicou Bodê. "Essa é a explicação mais aceita", definiu.
Segundo os dados da Sesp, depois de domingo, as quartas-feiras foram as mais violentas no segundo trimestre deste ano. Houve uma média de 1.200 casos de crimes contra a pessoa no horário das 12h às 18h.
Nova escala de trabalho
Segundo o comandante-geral da Polícia Militar no Paraná, coronel Anselmo José de Oliveira, que faz o planejamento do policiamento no estado, está sendo feito um estudo para mudar a escala de trabalho dos policiais com base nos dados apresentados pelo estudo da Sesp.
"Estamos cada vez mais profissionalizando o nosso planejamento em cima das operações do geoprocessamento. A idéia é racionalizar. Nos horários de maior ocorrência de crimes usarmos o maior número de policiamento", explicou o coronel Anselmo.
As escalas policiais, até então, foram montadas em uma lógica de trabalho de 6h, 8h e 12h de serviço por dia, explica o comandante. "Estamos planejando transferir uma boa parte da força policial de determinados horários. Por exemplo, de segunda para terça-feira das 2h às 10h quase não tem ocorrências. Dá para colocar parte desses policiais em outros horários que ocorrem mais crimes. Claro que posso ter uma escala em que o pessoal trabalhe 12 por 24 ou 12 por 36, por que em todo o horário do dia vamos precisar de algum policiamento. Mas, outros (policiais) poderão trabalhar 6 horas por dia em outra situação".
Essa mudança de escala ainda não tem uma data definida para começar, mas deve ser colocada em prática até o fim do mês. Os policiais precisam trabalhar 44 horas semanais. Para o comandante-geral, a presença de policiais é um dos fatores que ajuda a inibir a criminalidade, mas apenas de forma localizada. "Se em um local tem muitos crimes você vai colocar mais policiais lá e o crime vai diminuir no local, mas vai acontecer em outra região. O que funciona é o policiamento comunitário, que envolva a sociedade", definiu.
Para o sociólogo Pedro Bodê, os excessos precisam ser combatidos com providências eficientes e concorda que deve haver conscientização e envolvimento da sociedade. "Aquela medida de fechar os bares em determinado horário da região metropolitana acabou não diminuindo a violência. Já a Lei Seca está produzindo algum efeito. As pessoas estão mais conscientes sobre os riscos de beber e dirigir", comparou.
Crimes contra o patrimônio
Pelos gráficos do "Mapa da Violência" divulgado pela Sesp, as ocorrências de roubo e furtos de carro e de residências ocorreram com maior freqüência durante os dias de semana. Nas terças, quartas, quintas e sextas-feiras, nos horários entre 12h às 18h aconteceram uma média de 1.800 casos.
Nos domingos, o período com maior índice de criminalidade neste tipo de delito foi das 18h à 0h, média de 1.600 casos. De acordo com a Sesp, com o conhecimento dos dias e dos horários em que mais acontecem os crimes é feita a ampliação do policiamento.
Acesso
Todos esses dados podem ser acessados no site da Sesp. A pessoa precisa entrar no link "Gestão de Segurança" e depois em "Estatísticas". Os mapas do crime foram produzidos pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Sesp.
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