Criminosos espancam idosa até a morte em Curitiba
- RPC TV
Uma artista plástica de 87 anos morreu após ser espancada em sua própria casa, em Curitiba, pouco antes das 2h desta quarta-feira (6). De acordo com informações da Sala de Imprensa da Polícia Militar (PM), três agressores invadiram a residência, localizada na Rua Ermelino de Leão, no bairro São Francisco, e, além de matarem Irene Rolek, agrediram a irmã da artista, a farmacêutica aposentada Sophia Rolek, de 86 anos.
O trio entrou na casa pelo telhado, que cedeu com o peso deles. O delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), Luiz Carlos de Oliveira, estima que os criminosos se surpreenderam com a queda e partiram para a agressão ao serem reconhecidos. "Agora iniciamos a fase de coleta de provas. Tratamos todos os casos que chegam nesta delegacia de forma igual, mas os crimes contra a vida merecem maior atenção", declarou Oliveira.
Os vizinhos ligaram para o telefone de emergência da polícia ao escutar os gritos das vítimas. Quando a Polícia Militar chegou, já não havia pistas dos agressores. Depois que Irene morreu, o bando fugiu - provavelmente pelo telhado, de acordo com investigação da DFR. A polícia acredita que os criminosos teriam se lavado na caixa d'água da casa para limpar o sangue das idosas.
Sophia foi encaminhada ao Hospital Evangélico (HE). Médicos que tratam dela apontam sinais de esganadura, além de golpes no rosto. Ela ainda não sabe que sua irmã morreu. De acordo com a ouvidoria do HE, o quadro de saúde de Sophia é reservado por causa da idade da paciente, os cuidados médicos são redobrados e qualquer complicação pode ser fatal. Durante a manhã ela permaneceu sob observação no pronto-socorro do hospital. Ela apresentou dificuldades respiratórias na tarde, mas passa bem, de acordo com o diretor clínico Flamarion dos Santos Batista.
A DFR ainda não sabe se algum objeto foi levado - os familiares passaram o dia ocupados com o funeral e os cuidados médicos de Sophia. "Vamos começar a apurar mais informações assim que a Sofia for liberada do hospital e puder falar com a gente", conta o chefe de investigações da DFR, Fioravante dos Santos.
Durante toda a manhã policiais da DFR permaneceram em patrulha pela região atrás de suspeitos, segundo o superintendente Carlos da Velha.
Irene deve ter chamado a atenção dos bandidos por causa das jóias que costumava usar, segundo a prima Henrieta Arruda, 67 anos. "A Sophia não queria que chamasse a polícia, mas não tem como não chamar", conta a prima, que é professora de ensino fundamental aposentada.
Tendências expressionistas
Irene Rolek era farmacêutica. Surgiu na cena das artes plásticas do Paraná nos anos 60. "Ela tinha gravuras e pinturas de tendências expressionistas. Era notável uma influência do [artista plástico paranaense] Guido Viaro na obra dela", conta o professor de História da Arte da Universidade Federal do Paraná Fernando Bini.
"Era uma grande amiga. Foi com profunda tristeza que recebi a notícia nesta manhã", diz o crítico de arte Ênio Marques. Para Marques, o trabalho de Irene era interessante por ser uma das poucas que usavam cores fortes na xilogravura nos anos 60.
A artista parou de produzir no início dos anos 80. Uma de suas obras, a gravura de metal Lavadeiras II faz parte do acervo do Museu Oscar Niemeyer.
Investigação
Segundo o chefe de investigações da DFR, Fioravante dos Santos, dois homens foram interceptados na noite de quarta próximos ao local do crime. Ambos são usuários de drogas e vivem na região. "Fomos até o local buscar estas duas pessoas, porque elas conhecem bem as pessoas que transitam por ali e podem nos ajudar nas investigações", disse.
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