Volta para casa exige cuidados
Mesmo depois de a fumaça ser dissipada, quem voltar para casa ou trabalho que fica na região afetada deve tomar cuidados. O médico João Luiz Carneiro, do Hospital Vita, alerta que é preciso fazer uma limpeza criteriosa em todos os ambientes, por causa do acúmulo de fuligem.
Além da limpeza, é importante deixar a casa bem aberta para arejar. Quem tem aparelho de ar condicionado deve colocá-lo para funcionar sem ficar no ambiente. Isso porque essa fuligem pode se acumular nos filtros e precisa ser expelida. Roupas e alimentos também exigem inspeção rigorosa. O ideal é lavar as peças de roupa. Já com os alimentos, é aconselhável, inclusive, descartar aqueles que foram muito expostos, porque há risco de contaminação.
Apesar de a fumaça causada pelo incêndio no depósito da fábrica Electrolux ter atingido pelo menos 30 mil pessoas, de acordo com a Defesa Civil, a procura por atendimento médico nas unidades de saúde municipais foi pequena. De acordo com a secretaria municipal de saúde, foram atendidas 120 pessoas com sintomas relacionados à inalação de fumaça na terça-feira (17) e mais 24 pessoas nesta quarta (18).
A maior parte desses atendimentos foi realizada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Pinheirinho, que recebeu 49 pacientes na terça. Oito pessoas foram internadas: todas são profissionais da brigada de incêndio da própria empresa, que tiveram contato direto com a fumaça assim que o fogo começou. Elas seguem em observação.
Nas outras unidades de saúde foram 71 registros de atendimentos. Essas pessoas foram medicadas, receberam oxigenação e foram orientadas a permanecer fora do perímetro delimitado pela Defesa Civil: um raio de três quilômetros a partir do local do incêndio.
O pneumologista do Hospital Evangélico Marcelo Kusmicks lembra que é preciso ficar atento à faixa de exposição da pessoa à fumaça: quem estava mais próximo, inalou fumaça em maior intensidade e pode apresentar problemas. Para essas pessoas, a procura por atendimento médico deve ser imediata. Os principais sinais que indicam a necessidade de se procurar um médico são falta de ar, dor no peito, tosse, vermelhidão nos olhos, irritação na garganta, dor de cabeça e até vômitos e náuseas.
Para o médico João Luiz Carneiro, clínico-geral do Hospital Vita, essa procura por atendimento foi muito pequena e as pessoas que não buscaram auxílio médico devem ficar atentas aos sintomas porque a fumaça inalada é perigosa. "Como essa fumaça vem de um material tóxico, como a fibra de vidro, pode gerar uma pneumonite química", explica. Esse problema, por sua vez, pode evoluir para uma infecção pulmonar mais séria, bacteriana.
Merecem atenção especial crianças, idosos e pessoas com problemas pulmonares, como asma e bronquite. "As lesões tardias costumam ocorrer em quem já teve uma associação aguda mais grave", lembra Kusmicks.
No dia seguinte à inalação, as pessoas que foram expostas apresentam sintomas como se estivessem de ressaca: dor de cabeça, náusea e vômito. Nesse caso, o perigo é que a inalação de monóxido de carbono pode levar a falta de ar, porque se liga na hemoglobina e impede que o sangue leve o oxigênio para os órgãos. Por isso, a orientação dos médicos é para que as pessoas mantenham uma alimentação normal, fiquem em ambientes arejados e tomem bastante água.
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