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Invasão a prédio no centro de SP acaba em confronto que fere ao menos cinco

A célebre esquina das avenidas Ipiranga e São João, no centro de São Paulo, se transformou em um campo de batalha no início da noite desta quarta-feira (23). O motivo foi o embate entre sem-teto e policiais, que reagiam à invasão do número 908 da avenida Ipiranga pelo MLSM (Movimento de Luta Social por Moradia).

Por volta das 17 horas, dezenas de integrantes do movimento, entre eles muitas mulheres e crianças, abriram à força a porta do prédio, retiraram de lá o segurança que cuidava do local e ocuparam o edifício. Esta é, pelo menos, a terceira vez que o prédio é ocupado por movimentos sem-teto de São Paulo.

Poucos minutos depois, chegaram ao local quatro carros da Polícia Militar, sendo dois da Força Tática.

O efetivo de 24 policiais tentou, então, arrombar a porta do imóvel por mais de duas horas, com a ajuda do Corpo de Bombeiros e de serras, sem sucesso.

Neste período, integrantes do MLSM arremessaram armários, vasos e objetos de plástico, louça e metal na via, já bloqueada para carros e com trechos isolados por fita.

Em reação, a PM deu tiros de bala de borracha em direção às janelas e sacadas do prédio. Em seguida, voltou-se para sem-teto, jornalistas, fotógrafos e curiosos que estavam na avenida e atiraram, ferindo ao menos cinco pessoas. O aposentado José Pinto de Andrade, 60, que passava pelo local, teve um ferimento profundo na perna por conta de uma bala de borracha e precisou de atendimento médico.

“Eu quero é que a polícia pague pelos meus danos”, disse, entre lágrimas, enquanto era carregado. “Nossa, mano, arregaçaram a perna do tiozinho”, comentou um rapaz no caminho.

Os sem-teto fecharam o cruzamento mais famoso da cidade ateando fogo em sacos de lixo. O trecho só foi liberado por volta das 21h quando policiais da Força Tática formaram um escudo de fora a fora da avenida Ipiranga e removeram os manifestantes com tiros e bombas de efeito moral.

Enquanto isso, na varanda lotada por Bar Brahma, o estrondo das bombas parecia apenas atrapalhar a concentração de quem assistia, vidrado, à partida de futebol entre Internacional e Palmeiras.

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