Na Escola Municipal Augusto Staben, em Campina Grande do Sul, todos os 36 professores participam do Ler e Pensar. Por meio do apadrinhamento do escritório Augusto Prolik Advogados, a instituição utiliza os jornais do 1.º ao 5.º ano, diariamente, em todas as áreas do conhecimento. Cristiane Ferreira de Souza, professora do 3.º ano, conta que a motivação para aplicar o projeto surgiu na força das temáticas abordadas. “O jornal traz informações muito úteis e que os alunos assimilam bem, pois estão contextualizadas nos noticiários”, conta. Seu objetivo principal foi conscientizar os estudantes para as mudanças climáticas e o papel do homem na preservação do planeta.
Nas manchetes dos jornais nos últimos tempos, a falta de chuva e o racionamento de água ganharam destaque. Cristiane aproveitou o ensejo e chamou a atenção das crianças para as estações do ano. Dali para frente, o estudo deslanchou: relação entre seca e cultivo de alimentos, aumento dos preços, movimento da Terra, mudanças na paisagem, merenda escolar, alimentação saudável... Não faltaram assuntos para o debate. Especialistas como uma nutricionista, um engenheiro agrônomo e um chefe de cozinha foram convidados a contribuir com mais conhecimentos em sua área.
Jornalista e jornaleiro
Para aproximar família e comunidade com a leitura, Cristiane realizou uma atividade na qual cada dia um aluno levava o periódico para casa, registrando suas impressões em um caderno. Na aula seguinte, em uma bancada de jornal perante a turma, o aluno apresentava suas impressões aos colegas. O sucesso foi geral: como protagonistas, praticaram a oralidade, produziram textos e envolveram os pais nas discussões.
Resultados
Cristiane afirma que o projeto trouxe efetiva formação para a cidadania. “O Ler e Pensar proporcionou experiências extremamente significativas. Os alunos puderam aprender os conteúdos curriculares de uma forma prática e prazerosa. Mas o maior resultado foi ver a inclusão acontecendo de fato. Tínhamos seis alunos de inclusão na turma. Agora vejo que eles estão felizes na escola. Assistir às crianças realizando todas as atividades de forma autônoma foi realmente emocionante. Saber que uma aluna de inclusão atingiu resultados ótimos, como ler textos longos e interpretar, me fez ver o quanto um professor pode contribuir para uma educação pública de qualidade”, comemora.
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