Jornal ajuda estudantes a melhorar o desempenho na leitura e na produção de textos.| Foto: Divulgação

Algo deixava a professora Ana Paula Marques inquieta. Onde estava o interesse dos jovens pela História, sua disciplina de formação? Definitivamente, ela precisava fazer alguma coisa. E tudo começou no Colégio Estadual São Judas Tadeu, localizado no município de Palmeira, quando ela decidiu desenvolver o projeto Ler e Pensar com suas turmas de Ensino Médio.

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“Em nossa comunidade, em geral, inclusive no espaço escolar, ocorre uma falta de entusiasmo e por vezes de conhecimento da História, em todos os âmbitos e épocas”, diz. “Além disso, também queria trabalhar a leitura e a escrita. E o jornal é um meio de acesso ao conhecimento, pois permite aos alunos ter consciência da realidade que nos cerca. Eles se tornam aptos a questionar e a interpretar os meios de comunicação, se integrando à sociedade em que vivem.”

Dessa maneira, Ana Paula iniciou uma série de atividades com o projeto denominado “Uma pitada de História”.

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Levar o jornal para a sala de aula é trazer o mundo e a atualidade para dentro dela. Ana Paula Marques, professora.

Um dos primeiros objetivos foi estabelecer um diálogo entre o presente e o passado, incorporando o cotidiano e a cultura. Houve visita ao Museu Sítio Minguinho, criação de logomarca, pesquisa em acervos, exposição de objetos antigos, criação de lapbooks e jornal mural, até a realização de uma feira de diversidade cultural com participação dos familiares.

Com tal preparação, os estudantes passaram a produzir sistematicamente textos de conteúdo histórico local e geral. A ideia era de que pudessem compartilhá-los efetivamente na comunidade. Logo, a iniciativa abraçou a colaboração do professor Edilson Pizzani, responsável por outras turmas do Ensino Fundamental II, ganhando todo o colégio.

Pão nosso de cada dia

As turmas fecharam uma parceria com a padaria de um supermercado local e conseguiram estampar os textos com curiosidades histórias nos pacotes de pão.

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Além disso, fabricaram folders, deixados em repartições públicas, postos de saúde e escritórios de dentistas. No supermercado, também foram entregues sacolas retornáveis contendo os resultados das pesquisas.

Foi uma forma de mostrar às pessoas um pouco mais do que aconteceu no passado, foi tudo muito bem pensado e com certeza é um jeito de conectar esses acontecimentos históricos com o nosso dia a dia. Ezequiel Zacarkim, aluno do 2.º ano.

A Gazeta do Povo – impressa e digital – serviu como base para a escrita de muitas histórias utilizadas no desenvolvimento da prática. Ainda, o jornal do colégio foi uma etapa que sintetizou o esforço de todos.

Foram incluídos conteúdos expressos em seus mais diversos gêneros jornalísticos: charge, carta do leitor, reportagem, entrevista e notícia. O impresso foi levado e compartilhado com os familiares.

“Levar o jornal para a sala de aula é trazer o mundo e a atualidade para dentro dela, criando laços entre a escola e a sociedade. Houve ensino para análise, reflexão e observação sobre o mundo. A leitura e a produção de textos enriqueceram de forma grandiosa. Sem falar do comprometimento, senso de responsabilidade e envolvimento de todos da comunidade”, diz Ana Paula.

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