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Na Escola Municipal João Paulo II, em Campo do Tenente, o jornal tem múltiplas funções. Da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental, os alunos chegavam a manusear as páginas do impresso com mais frequência que os pais. Marise Schreiner dos Santos, coordenadora pedagógica da instituição, revela que não é por falta de interesse – a dificuldade principal está no acesso à mídia. A escola, no início do ano letivo, aplicou uma pesquisa direcionada às famílias e os resultados revelaram que muitos pais não tinham condições financeiras para comprar o periódico.

Essa foi uma das razões que impulsionou a equipe de professores a lançar um projeto de mobilização de toda a comunidade em nome da leitura. Muitas ações foram desenvolvidas. A primeira delas foi a bolsa “Jornal Lar”, na qual os estudantes levavam o material para casa durante dois dias, com o objetivo de interagir com seus pais em um momento de leitura compartilhada.

“Sabemos que o hábito de ler se dá pela convivência durante o período de aprendizagem, que é na escola, mas também na família. A criança que vê os parentes lendo se familiariza com a mídia e passa a ler também”, conta. Dentro da bolsa, o caderno de registros, documento valioso, guarda depoimentos de pais, mães, avós e outros integrantes da comunidade. Outra iniciativa também surpreendeu pelo êxito: o quiosque do jornal, instalado no gramado da escola. “Convidamos alguns pais a se sentarem com seus filhos, para acompanhá-los na leitura. Os professores também se reuniram nesse ambiente livre. A diretora da escola, Teresinha Frizzo Werner, também se envolveu. Foi um sucesso!”, acrescenta.

Além das ações de leitura, diversas áreas do conhecimento foram trabalhadas com o jornal. Em todos os anos, a Gazeta do Povo serviu como recurso para abordar temas importantes como economia da água, alerta para o trabalho infantil, segurança no trânsito, preservação da mata atlântica e redes sociais.

Os alunos também assistiram a reportagens televisivas e até mesmo apresentaram notícias aos colegas em formato de telejornal. “Convidei alguns alunos e juntos criamos uma página da Escola no Facebook para divulgarmos notícias, trabalhos, eventos e atividades que acontecem durante a semana ou o mês. Eles se interessaram muito pela interatividade e os pais começaram a participar também, deixando seus comentários sobre o projeto.”

Resultados

“Quem não participa da sociedade enquanto letrado acaba sendo excluído dela. O objetivo principal da escola foi mobilizar professores, alunos e pais nessa causa. Nossa missão é formar cidadãos comprometidos e participativos na sociedade em que vivem. Percebemos que o jornal trouxe muitos benefícios. Os alunos passaram a ler mais fluentemente, a produzir textos mais coerentes. É um sentimento inexplicável perceber a alegria deles ao reconhecer as atividades realizadas, seja nas redes sociais, seja na escola.”, comemora Marise.

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