O adolescente Samuel Teles da Conceição, de 17 anos, morreu no último sábado (30) possivelmente em conseqüência de um espancamento que sofreu na escola municipal Vera Lúcia Pereira, em Silva Jardim, Baixada Fluminense, em 20 de agosto. A subsecretária municipal de Educação, Vilma Sodré, informou que pelo menos cinco colegas de Samuel teriam "tirado um selinho", ou seja, dado tapas na cabeça do jovem porque ele havia acabado de cortar o cabelo. Uma semana depois de ter sido agredido, Samuel foi internado na policlínica da cidade com quadro de insuficiência renal e, horas depois, transferido para o Hospital Estadual Carlos Chagas, na capital fluminense.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que, além da insuficiência renal, uma tomografia constatou "extensa lesão cerebral". No dia 30, o jovem sofreu uma parada cardíaca e foi constatada a morte cerebral. Horas depois, morreu. Em razão da suspeita de violência, a Secretaria encaminhou o corpo para o Instituto médico-legal (IML) e avisou a Polícia Civil para que fosse aberto um inquérito. Vilma informou que a Secretaria desconhece que ele tenha sido "espancado" e que os alunos que participaram da "brincadeira foram advertidos verbalmente e seus pais foram avisados do incidente".
"No dia 27, portanto, uma semana depois do episódio, ele estava com febre e pressão alta. A escola nos informou que ele não faltou a aulas nesse período. Não se pode dizer que a morte dele tenha relação com esse fato. De qualquer maneira, nós estamos apurando tudo e já solicitamos que todos os professores, coordenadores e inspetores que estavam na escola nos façam relatórios por escrito para que o caso seja esclarecido", afirmou a subsecretária.
Parentes do garoto, que foi enterrado domingo (31), disseram, no entanto, que ele teria sido agredido com violência por ter reclamado dos "tapinhas" que levava na cabeça. "Ele foi agredido por um grupo de meninos, dentro da sala de aula. Um dos meninos que agrediu disse que se ele contasse, ele apanharia de novo. Por isso, ele não falou nada. Mas ele começou a passar mal e a mãe levou para o hospital", disse Eliane Teles, prima do rapaz. O caso está sendo investigado pelo titular da 120ª Delegacia de Polícia, Dennis Huppert.
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