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Mato Grosso

Jovens suspeitos de golpe em lotérica devem ser soltos nesta quinta-feira

Dois jovens, de 19 e 23 anos, suspeitos de participar de um golpe em uma lotérica de Rondonópolis, em Mato Grosso, devem ser soltos ainda na noite desta quinta-feira (28). O juiz João Alberto Menna Barreto, da 2ª Vara Criminal de Rondonópolis, redigiu o alvará de soltura dos rapazes, que estão presos desde o dia 11 de outubro.

O advogado Ulisses Alves Macedo Neto explicou ao G1 que os rapazes estavam na fila da lotérica quando a atendente recebeu a ligação de um criminoso, que avisou que dois homens armados estavam no local. Ela teria de depositar dinheiro em contas bancárias para que os comparsas do criminoso não atirassem. Assustada, a mulher começou a transferir os valores para as contas e, pouco depois, os dois rapazes saíram da fila.

Os dois foram presos em flagrante no açougue em que trabalhavam, no mesmo shopping onde está localizada a lotérica, e levados para a Cadeia Pública de Rondonópolis. Eles negam o crime.

"Eles simplesmente estavam na fila para fazer um depósito, mas se retiraram da fila para bater o cartão de ponto e começar a trabalhar. O fato dos dois saírem da fila antes do atendimento fez com que a atendente acreditasse que eles tivessem participação. Poderia ter acontecido com qualquer um de nós", afirmou Macedo Neto.

O advogado lembra ainda que, mesmo após a saída dos rapazes do estabelecimento, a atendente continuou a fazer os depósitos. Essa atitude também colocaria em dúvida o relato dela.

O Ministério Público solicitou que o depoimento da atendente também fosse tomado, além de pedir a quebra do sigilo bancário e telefônico dos envolvidos.

Perdas e danos

Após a conclusão do inquérito policial, o advogado pretende provar a inocência dos rapazes e vai estudar a possibilidade de impetrar uma ação por perdas e danos contra a lotérica e o estado.

"A família ficou extremamente abalada. A esposa de um deles está grávida, são trabalhadores. Eles nunca compareceram a uma delegacia nem para prestar depoimento. São jovens que eram vistos como pessoas íntegras e agora, mesmo que fique provada a inocência deles, a prisão mancha a imagem deles diante da sociedade. Fora a situação vexatória, humilhante, pela qual eles passaram", afirmou Macedo Neto.

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