A Justiça de Santa Catarina decidiu manter preso preventivamente o policial militar Luis Paulo Mota Brentano, 25, que atirou e matou o surfista Ricardo dos Santos, o Ricardinho, na última segunda-feira.
A decisão da Justiça ocorreu após a divulgação de um laudo, na quinta-feira (22), atestando que o policial havia consumido álcool momentos antes do crime e que o surfista foi morto com dois tiros --um deles o atingiu pelas costas.
Com a decisão, o PM, que havia sido preso em flagrante na própria segunda, deverá ficar detido até o julgamento ou em caso de nova decisão da Justiça.
O policial atirou no surfista após uma discussão na porta da casa da família do atleta, na praia Guarda do Embaú, em Palhoça, município da Grande Florianópolis. Segundo depoimentos, o policial parou o carro em frente a uma obra realizado no imóvel, quando a discussão teve início. Na versão do policial, que alega legítima defesa, Ricardinho teria lhe ameaçado com um facão.
A Justiça, porém, aponta não haver prova disso, já que uma testemunha afirma que Ricardinho estava apenas com o celular e que "o facão não foi encontrado, sequer sendo citada sua existência pelos policiais militares que logo em seguida atenderam a ocorrência e compareceram naquele local".
Ricardinho morreu na terça-feira após ser submetido a quatro cirurgias. Sua família doou as suas córneas. Outros órgãos não puderam ser doados porque o surfista sofreu hemorragia interna.
O surfista catarinense começou a disputar etapas do Circuito Mundial em 2008. Estava fora da elite desde 2013.
Em 2012, em um de seus maiores feitos na carreira, derrotou Kelly Slater, dono de 11 títulos mundiais, em uma etapa do WCT.Sua morte repercutiu no mundo todo. Amigos como Gabriel Medina e Kelly Slater lamentaram a forma brutal como foi assassinado.
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