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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A Justiça do Trabalho determinou a volta de 40% dos funcionários da Cavo ao trabalho na limpeza pública de Curitiba. O despacho foi feito pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) na tarde desta terça-feira (17) e determina o retorno imediato dos trabalhadores por se tratar de um serviço essencial. Uma audiência de conciliação também foi agendada para a tarde da próxima quinta-feira (19).

O pedido foi feito pela empresa após o anúncio de greve geral dos trabalhadores, que foi deflagrada na manhã desta terça-feira. O secretário municipal de Meio Ambiente Renato Lima informou que havia solicitado um mínimo de 60% de trabalhadores, mas o atendido pela Justiça foi um percentual menor. O TRT-PR estipulou multa de R$ 20 mil por dia em caso de descumprimento.

Por meio da assessoria de imprensa, o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba (Siemaco) diz que, até as 18h30 desta terça-feira, os trabalhadores ainda não haviam sido notificados da decisão judicial. A reportagem também entrou em contato com o Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário do Estado do Paraná (Sitro), que representa os motoristas dos caminhões de coleta seletiva, mas as ligações não foram atendidas. Por enquanto, segundo o Siemaco, a greve continua por tempo indeterminado.

Prefeitura tem dívida com empresa coletora

Conforme noticiado pela Gazeta do Povo em janeiro de 2014, a prefeitura de Curitiba tem uma dívida que chegaria a R$ 120 milhões com a Cavo. Naquele mês, a empresa chegou a anunciar a impossibilidade de continuar com a coleta seletiva na cidade caso não houvesse pagamento e pediu um cronograma para a prefeitura realizar o repasse.

O secretário de Meio Ambiente de Curitiba Renato Lima reconheceu a existência da dívida, mas não falou em valores. Lima disse que o valor devido vem da administração anterior, do ano de 2012, deixada pelo então prefeito e atual deputado federal Luciano Ducci (PSB). Ele disse, entretanto, que o montante devido não está relacionado com a greve. “É um equívoco misturar os assuntos. Em conjunto com a Cavo definimos um calendário de pagamentos há cerca de 60 dias e estamos cumprindo esse calendário”, explicou.

O prefeito Gustavo Fruet (PDT), durante o lançamento da nova faixa exclusiva de ônibus na Rua Desembargador Westphalen, também afirmou que a dívida não está diretamente ligada com a greve dos varredores e coletores de lixo e ainda criticou a empresa. “A greve é por outra razão, é uma relação da Cavo com o sindicato. O que não tem sentido é eles fazerem um acordo, aceitarem de 15 a 20% de correção e passarem integralmente esse custo para o orçamento da cidade de Curitiba”, afirmou.

Segundo o prefeito, um dos maiores subsídios que o poder público concede a um serviço municipal é a coleta seletiva e a limpeza das ruas. “São R$ 80 milhões arrecadados pela prefeitura com a taxa de lixo, mas o gasto com coleta, limpeza e destinação final chegam a R$ 180 milhões”, disse Fruet.

Plano emergencial

Mesmo com o despacho da Justiça, o secretário do Meio Ambiente informou que entre 30 e 40 caminhões da prefeitura fazem a coleta emergencial de lixo na cidade. Nesta terça-feira, foram coletados resíduos nos bairros Xaxim, Sítio Cercado, Pinheirinho, Alto Boqueirão e Capão da Imbuia. Na quarta-feira, a coleta será feita no Abranches, Barreirinha, Cachoeira, Pilarzinho e Santa Cândida. “Também colocamos caçambas nos terminais para que a população leve o lixo e depois seja coletado. Nós ainda pedimos para que as pessoas evitem de colocar o lixo na calçada durante a greve”, diz Lima. Mesmo assim, o lixo se acumulou em algumas ruas da capital paranaense.

Reunião no MPT-PR

Representantes do Siemaco, do Sitro, da prefeitura de Curitiba e da Cavo reuniram-se em no Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) para tentar um acordo que colocasse fim à greve na limpeza pública. O MPT-PR sugeriu um reajuste nos salários de 9,7% - com ganho real de 2% - e 16,4% de aumento nos tickets refeição e alimentação.

De acordo com a assessoria de imprensa do MPT-PR, as partes reunidas têm até as 11 horas de quarta-feira (18) para decidirem se aceitam ou não a proposta feita pelo órgão. Se for aceita, a greve pode terminar.

Os trabalhadores iniciaram greve por tempo indeterminado por causa do impasse no reajuste salarial. Eles pedem aumento de 20% nos salários e 30% nos tickets alimentação e refeição. A Cavo, entretanto, oferece 9% de aumento nos vencimentos e 10% sobre os tickets. O sindicato reclama que o aumento dado no ano passado foi maior e se baseia no cálculo da inflação no período para pedir mais ganho real – o reajuste que vai além da inflação no período, que foi de 7,7%.

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