A Justiça do Trabalho determinou a volta de 40% dos funcionários da Cavo ao trabalho na limpeza pública de Curitiba. O despacho foi feito pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) na tarde desta terça-feira (17) e determina o retorno imediato dos trabalhadores por se tratar de um serviço essencial. Uma audiência de conciliação também foi agendada para a tarde da próxima quinta-feira (19).
O pedido foi feito pela empresa após o anúncio de greve geral dos trabalhadores, que foi deflagrada na manhã desta terça-feira. O secretário municipal de Meio Ambiente Renato Lima informou que havia solicitado um mínimo de 60% de trabalhadores, mas o atendido pela Justiça foi um percentual menor. O TRT-PR estipulou multa de R$ 20 mil por dia em caso de descumprimento.
Por meio da assessoria de imprensa, o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba (Siemaco) diz que, até as 18h30 desta terça-feira, os trabalhadores ainda não haviam sido notificados da decisão judicial. A reportagem também entrou em contato com o Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário do Estado do Paraná (Sitro), que representa os motoristas dos caminhões de coleta seletiva, mas as ligações não foram atendidas. Por enquanto, segundo o Siemaco, a greve continua por tempo indeterminado.
Mesmo com o despacho da Justiça, o secretário do Meio Ambiente informou que entre 30 e 40 caminhões da prefeitura fazem a coleta emergencial de lixo na cidade. Nesta terça-feira, foram coletados resíduos nos bairros Xaxim, Sítio Cercado, Pinheirinho, Alto Boqueirão e Capão da Imbuia. Na quarta-feira, a coleta será feita no Abranches, Barreirinha, Cachoeira, Pilarzinho e Santa Cândida. “Também colocamos caçambas nos terminais para que a população leve o lixo e depois seja coletado. Nós ainda pedimos para que as pessoas evitem de colocar o lixo na calçada durante a greve”, diz Lima. Mesmo assim, o lixo se acumulou em algumas ruas da capital paranaense.
Representantes do Siemaco, do Sitro, da prefeitura de Curitiba e da Cavo reuniram-se em no Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) para tentar um acordo que colocasse fim à greve na limpeza pública. O MPT-PR sugeriu um reajuste nos salários de 9,7% - com ganho real de 2% - e 16,4% de aumento nos tickets refeição e alimentação.
De acordo com a assessoria de imprensa do MPT-PR, as partes reunidas têm até as 11 horas de quarta-feira (18) para decidirem se aceitam ou não a proposta feita pelo órgão. Se for aceita, a greve pode terminar.
Os trabalhadores iniciaram greve por tempo indeterminado por causa do impasse no reajuste salarial. Eles pedem aumento de 20% nos salários e 30% nos tickets alimentação e refeição. A Cavo, entretanto, oferece 9% de aumento nos vencimentos e 10% sobre os tickets. O sindicato reclama que o aumento dado no ano passado foi maior e se baseia no cálculo da inflação no período para pedir mais ganho real – o reajuste que vai além da inflação no período, que foi de 7,7%.