Foram anulados os atos do processo que investiga um desvio de R$ 40 milhões do caixa do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage), sediado em Ponta Grossa. A Vara de Inquéritos Policiais de Curitiba entendeu que o processo não é de competência da Justiça da capital, já que os fatos ocorreram em Ponta Grossa. Com a decisão, emitida no fim da tarde desta quarta-feira (27) também foram revogadas as prisões temporárias dos quatro acusados de envolvimento no crime, inclusive da sócia administrativa do Cescage, Júlia Streski.
Ela e outras três pessoas ligadas à direção da instituição estavam presas desde a última sexta-feira (22) no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), em Curitiba. A diretora financeira do Cescage, Ivete Marcowicz, a contadora Zilmari Viechinieski e o consultor Jorge Karan chegaram a ser ouvidos pelo Cope. O depoimento de Júlia, que estava marcado para a tarde desta quinta (28) foi cancelado devido à decisão de que o processo não cabe mais à Justiça de Curitiba.
O processo, agora, deverá ser remetido a uma das varas criminais de Ponta Grossa, que vai reiniciá-lo. "A decisão [da Vara de Inquéritos] libera a Júlia, inclusive, para retornar à administração da instituição. No entanto, ela ainda não pode fazê-lo em razão de uma intervenção judicial da 2ª Vara Cível de Ponta Grossa que nomeou o professor Paulo Roberto Godoy como administrador provisório", afirma um dos advogados de defesa de Júlia, Paulo Roberto Busato.
O advogado que cuida do caso da contadora Zilmari, Rodrigo di Piero Mendes, afirma que três dos acusados já estão em Ponta Grossa e que Julia Streski também deve chegar à cidade ainda nesta quinta-feira (28). Segundo o delegado do Cope, Cassiano Aufiero, o desvio acontecia há cerca de quatro anos. Ele afirma ainda que as investigações se intensificaram há dois meses, quando se comprovou que o grupo falsificava a assinatura de um dos sócios, desembargador José Sebastião Fagundes Cunha ex-esposo de Júlia em operações financeiras fraudulentas.
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