O avanço da lama em um raio de mais de 100 km depois do rompimento de duas barragens de uma mineradora em Mariana, na quinta (5), deixou de prontidão 15 cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo, que são abastecidas pela bacia do Rio Doce.
Há risco de enchente e de desabastecimento de água, segundo a avaliação do Serviço Geológico do Brasil, do Ministério de Minas e Energia, que teme um impacto de grandes proporções.
Algumas cidades já cogitam a suspensão do fornecimento de água assim que a lama atingir rios e córregos.
Depois do acidente, que deixou pelo menos um morto, um “tsunami de lama” destruiu a vila de Bento Rodrigues e atingiu outros cinco subdistritos: Águas Claras, Paracatu, Pedras, Fonte do Gama e Camargos.
Na tarde deste sábado (7), os bombeiros divulgaram que havia 23 pessoas desaparecidas, sendo 13 funcionários da empresa Samarco, que pertence à brasileira Vale e à australiana BHP, e é responsável pelas barragens no local.
Ainda segundo os bombeiros, 128 casas foram totalmente destruídas.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais afirma que a principal preocupação é com a cidade de Governador Valadares, de 278 mil habitantes. “Se chover mais, naturalmente essas cidades vão sofrer um pouco, porque a lama aumenta o volume na calha dos rios. Se chover na cabeceira em Mariana, aumenta o volume e a tendência é transbordar”, disse Rubem da Cruz, major e porta-voz da corporação.
A lama deve chegar a Governador Valadares na madrugada de domingo (8). A prefeitura informou que vai monitorar a chegada desses rejeitos e, caso necessário, paralisar o funcionamento das bombas do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto).
Em seguida, serão colhidas amostras para análise. Caso haja suspeita de que a qualidade foi afetada, o abastecimento de água será cortado.
Outros municípios em alerta em Minas são Ponte Nova, Nova Era, Antônio Dias, Coronel Fabriciano, Timóteo, Ipatinga, Tumiritinga, Resplendor, Galiléia, Conselheiro Pena e Aimorés. No Estado do Espírito Santo, Baixo Guandu, Colatina e Linhares.
A cidade de Baixo Guandu (ES) afirma que só vai suspender o abastecimento após análise da qualidade da água.
Já Colatina, no Espírito Santo, anunciou que interromperá imediatamente o fornecimento de água pública assim que for atingida pelo material de rejeito.
Embora constem da relação de municípios que poderão ser afetados pela lama da barragem, cidades como Nova Era (a 165 km de Mariana) e Ponte Nova (a 68 km de Mariana) negam problemas.
“Não houve nenhum aviso. Aqui passa o rio Piracicaba, que não foi afetado e só deságua no rio Doce”, diz o prefeito de Nova Era, Benito de Araújo (DEM). Em Ponte Nova, a situação é parecida. Ela é cortada pelo rio Piranga, também não afetado (o rio Doce apenas passa próximo).
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