Na rua Seringueira, muita terra foi arrastada pela água para dentro das casas| Foto: Gilberto Abelha / Jornal de Londrina

Deslizamentos em Maringá

As chuvas que caíram no início desta semana causaram vários estragos em Maringá. O Corpo de Bombeiros e as secretarias de Serviços Públicos e de Transportes registraram casos de quedas de árvores, deslizamentos de terra e vias interrompidas.

O trabalho mais intenso de reparação realizado na manhã desta quarta-feira (20) ocorreu em dois trechos do Anel Viário Sincler Sambati (Contorno Sul) , onde ocorreram duas quedas de barreira.

Segundo a prefeitura, as equipes atuam na recuperação da pista nas proximidades do Detran e na altura do Jardim Cidade Alta. O tráfego no trecho (que liga a BR-376 até a PR-317) seguia em meia pista até o fim da manhã desta quarta.

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Desabrigados em União da Vitória

A única cidade do Paraná que ainda registra reflexos das chuvas dos últimos dias é União da Vitória, nos Campos Gerais. O transbordamento do Rio Iguaçu provocou alagamentos. Segundo o tenente Clayton Oliveira Lima, da Defesa Civil, 148 pessoas estão desabrigadas naquele município.

Até a manhã desta quarta-feira (20), a Coordenadoria da Defesa Civil ainda não havia recebido informações de novos municípios afetados. Segundo o tenente, como as chuvas foram "espaçadas" os eventuais problemas surgidos foram resolvidos pelas próprias prefeituras.

Previsão do tempo

Para a quarta-feira (20), a previsão é de chuvas em todo o Paraná. Segundo o Simepar, no Norte e no Leste do estado, a nebulosidade fica variável e as chuvas podem ocorrer a qualquer hora do dia. No Oeste e no Sul, as áreas de chuva devem diminuir gradativamente, até que o tempo se torne mais estável.

Em Curitiba, a previsão é de que as chuvas se concentrem na manhã, com temperaturas entre 13º e 17º. Pode chover até a manhã de quinta-feira (21) na capital. Em Londrina, o tempo deve estar parcialmente nublado, com chuvas e trovoadas. As temperaturas devem oscilar entre 16º e 20º. Em Maringá, as condições meteorológicas são semelhantes, com temperaturas entre 17º e 20º.

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O prefeito Barbosa Neto (PDT) decretou, na manhã desta quarta-feira (20), situação de emergência em Londrina por conta dos estragos causados pelas chuvas dos últimos dias. O objetivo é tornar mais ágil os trabalhos em áreas que foram danificadas pelas chuvas e o repasse de verbas por parte do Estado e da União.

Esta é a segunda vez em oito meses que a cidade entra em estado de alerta. Em outubro do ano passado, os temporais que atingiram o município deixaram mais de 60 pessoas desabrigadas e uma morta. Este ano, os estragos se repetiram no asfalto, pontes, escolas e residências.

O aeroporto fechou durante a segunda (18), mas abriu ao final do dia. Mais de 90 movimentações de pousos e decolagens já foram canceladas. O Lago Igapó transbordou e provocou o alagamento e interdição de ruas.

De acordo com a estação meteorológica do Iapar, só na terça-feira (19) choveu mais de 200 milímetros em Londrina. O volume de chuvas em todo o mês de junho, 340 milímetros, já é 290% maior que a média esperada para todo o mês, de 87 milímetros. O número ultrapassou o antigo recorde registrado pela estação, que era de 161 milímetros em junho de 1997.

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A Defesa Civil de Londrina recebeu 40 pedidos de avaliação de imóveis, como rachaduras, queda de muro, alagamentos, entre outros. Não há registros de feridos ou desabrigados. Pelo menos oito pontos do trânsito foram interditados. De acordo com a Prefeitura, trechos das avenidas Almeida Garret, Duque de Caxias, Maritacas, Dez de Dezembro, Castello Branc, além da rotatória do Conjunto Parigot de Souza, na zona norte, e o acesso ao Conjunto Avelino Vieira, na zona oeste, estão bloqueados. A Rua Joaquim de Matos Barreto foi liberada pela manhã.

Vinte e sete unidades escolares, entre escolas, creches e depósitos, sofreram danos por conta do mau tempo. A maioria apresentou vazamento no telhado e entupimento de calhas. A Secretaria Municipal de Educação informou que a reforma nos telhados só poderá ser feita quando o tempo ficar estável. Várias pontes que também sofreram prejuízos durante as chuvas foram interditadas. Pelo menos 175 quilômetros de estradas rurais da região terão que ser recuperadas.

Os parques Arthur Thomas e Dr. Daisaku Ikeda estão interditados. O secretário municipal do Ambiente, Gilmar Domingues Pereira, informou que parte da área que havia sido reformada por conta dos estragos causados pelas chuvas de outubro passado foi destruída novamente. "O calçamento estourou, vários peixes morreram, troncos e galhos provocaram avarias no guarda-corpos da ponte", contou o secretário. Segundo ele, a barragem resistiu à força das águas. De acordo com a Secretaria do Ambiente (Sema), foram registradas 25 quedas de árvores em várias regiões da cidade.

Em entrevista coletiva à imprensa nesta manhã, o prefeito Barbosa Neto (PDT) disse que esta foi a pior chuva registrada em Londrina desde a inauguração da estação meteorológica do Iapar, na década de 1970. "Graças a Deus não houve nenhum caso grave, nenhuma família desabrigada, porque mais de 1 mil famílias foram retiradas de fundos de vale", afirmou.

O secretário municipal de Obras, Bruno Morikawa, lembrou que em outubro passado, quando a cidade decretou situação de emergência pela primeira vez, o município solicitou R$ 23 milhões ao governo federal para providenciar os reparos. No entanto, até hoje, a Prefeitura não recebeu um centavo. Ainda não há estimativa de quanto a Prefeitura terá que investir para recuperar as áreas danificadas.

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Aeroporto

A instabilidade e a neblina que prevalece sobre a região de Londrina na manhã desta quarta-feira (20) manteve o Aeroporto Governador José Richa fechado pelo terceiro dia seguido. O terminal suspendeu as operações às 19h07 de segunda (18) e reabriu apenas das 20 horas às 21h07 de terça. Nesses três dias, até as 11h30 desta quarta, 91 movimentações de pousos e decolagens já foram canceladas no terminal. Só nesta quarta, 22 movimentações de pousos e decolagens foram canceladas no período da manhã, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). O aeroporto abriu na tarde desta quarta.

Estradas

As PRs 090, 151, 431, 439, 450 e 650 tiveram trechos bloqueados, segundo o balanço da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) divulgado na manhã desta quarta-feira (20). A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil informou que a região Norte do Paraná é a que concentra grande parte dos problemas das estradas.

O rompimento de um dique foi registrado no quilômetro 49 da PR-431, entre Cambará e Jacarezinho, no Norte Pioneiro, e causou a interdição total da rodovia. Segundo a PRE, o nível do Rio Cinzas subiu e transbordou sobre a PR-439, entre Santo Antônio da Platina e Ribeirão do Pinhal, também no Norte Pioneiro. A estrada está interditada.

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Entre Porecatu e Centenário do Sul, no Norte do Paraná, a pista também está alagada no quilômetro 10 da PR-450 nesta quarta-feira. Apenas caminhões conseguem passar pelo trecho. A passagem de veículos está interditada entreSertanopolis e Londrina, cidades do Norte. O lago Cabrobo transbordou e interditou a PR-090, no quilômetro 396.