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Palácio das Araucárias Rua Jacy Loureiro de Campos, s/nº Centro Cívico, Curitiba Telefone: (41) 3350-2400
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Vida dedicada à saúde pública
Nascida em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha (Santa Catarina), Zilda Arns Neumann morava em Curitiba desde os 10 anos de idade, quando se mudou com a família. Formada em Medicina, escolheu o caminho da saúde pública desde cedo. Trabalhou inicialmente como pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, na capital paranaense, e posteriormente como diretora de Saúde Materno-Infantil, da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Leia o perfil completo
Arcebispo emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto celebrou missa antes de velório ser aberto ao público
- RPC TV
Visitantes, organizadores da cerimônia e o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, falam sobre Zilda Arns
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Tragédia
Zilda morreu na terça-feira (12), aos 75 anos, vítima do forte terremoto que abalou o Haiti. A informação foi divulgada na manhã de quarta (13) pelo gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, e confirmada pela presidência da República.
A médica havia chegado em Porto Príncipe no último domingo (10) para um encontro com bispos e realizaria, às 10h desta quarta-feira, uma palestra sobre a Pastoral da Criança na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe. Na quinta-feira, teria um encontro com representantes de ONGs. A viagem de volta ao Brasil estava prevista para esta sexta-feira (15).
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou por volta das 20h20 desta sexta-feira (15) ao Palácio das Araucárias, no Centro Civico de Curitiba, para acompanhar o velório da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança. A visitação pública está suspensa desde às 19h24.
Primeiramente, Lula vai se reunir com o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB) e depois se encontrar com familiares de Zilda. Só então o presidente seguirá para o salão nobre, onde o corpo está sendo velado.
Aproximadamente 5 mil pessoas já passaram pelo Palácio das Araucárias, segundo estimativa da Polícia Militar (PM), desde as 12h30. No início da tarde, a visitação ficou suspensa por cerca de duas horas para realização de uma missa reservada à família e amigos próximos.
A cerimônia foi comandada por Dom Geraldo Majela Agnello, que trabalhou em parceria com a missionária na fundação da Pastoral da Criança, na década de 1980. O salão foi reaberto ao público por volta das 15h15. O velório permanecerá aberto durante toda a madrugada.
Já passaram pelo salão nobre do Palácio das Araucárias o governador Roberto Requião (PMDB) e o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP). Requião disse que pediu pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que indique o nome de Zilda ao prêmio Nobel da Paz, mesmo após sua morte.
"Sem dúvida nenhuma ele vai atender à solicitação", afirmou. Outro pedido que o governador fez a Lula foi quanto à criação de um prêmio com o nome de Zilda Arns, a ser entregue a pessoas que se destaquem na luta contra a mortalidade infantil e materna.
O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) - que estava em Washington, nos Estados Unidos -, o vice-prefeito, Luciano Ducci (PSB), e o senador Alvaro Dias (PSDB) chegaram à missa por volta das 14 horas. Beto Richa disse que a morte de Zilda é uma perda irreparável. "A doutora Zilda era uma pessoa com sentimento de amor sem limites", afirmou.
Também já estiveram no salão o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB). A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, informou que deve comparecer ao velório no sábado.
Leia aqui o que parentes e autoridades falaram sobre Zilda Arns.
Início do velório
Logo que chegou ao local, por volta das 11h30, a urna funerária foi diretamente levada à sala onde acontece o velório, mas as portas do Palácio não foram imediatamente abertas ao público. Entre as 11h45 e 12h15, o arcebispo emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, acompanhado de outros religiosos, fez uma oração à Zilda no local do velório, na qual fez um agradecimento ao trabalho da missionária.
Ao fim da prece, familiares da médica que estavam presentes aplaudiram as palavras por cerca de um minuto. Do lado de fora, as pessoas que formavam fila na porta do Palácio das Araucárias rezavam, emocionados, o Pai Nosso, enquanto aguardavam para entrar. As liberação da fila foi feita pela sobrinha-neta de Zilda, Caroline Arns, que conduziu os primeiros visitantes ao caixão. O primeiro grupo de pessoas que entrou era composto por voluntários da Pastoral da Criança, que choravam muito e entoavam músicas religiosas ao passar pelo corpo da médica.
O senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho da médica, bastante abatido, falou rapidamente com a imprensa logo que chegou à sede do governo. Ele disse que um passo que Zilda deu no momento do tremor foi o que determinou sua morte. "Ela já havia encerrado seu discurso na igreja em que estava, quando começou o terremoto. Quando deu um passo à direita, acabou atingida pelos escombros", disse. O senador ainda relatou o cenário de destruição que encontrou no Haiti. "As pessoas não têm as mínimas condições de vida por lá", definiu.
Além de Arns, a freira Rosângela Altoé, que esteve no Haiti com Zilda, também acompanhou todo o transporte do corpo da médica até o local do velório.
Chegada ao Brasil
O caixão com o corpo da missionária chegou por volta das 11h30 ao Palácio, depois de ser levado em um caminhão do Corpo de Bombeiros, em um cortejo que saiu do Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região de Curitiba.
O avião que trouxe o corpo da médica chegou por volta das 3h30 em Brasília, e partiu às 8h30 da base da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino ao Paraná. No Aeroporto Afonso Pena, o avião chegou por volta das 10h20. O caixão saiu por volta das 10h50 em um cortejo com destino ao Palácio das Araucárias, no Centro Cívico de Curitiba.
O senador Flávio Arns, sobrinho de Zilda, acompanha o transporte do corpo desde o Haiti. No Afonso Pena, o fluxo de pessoas era normal no momento do desembarque, e não havia grande movimentação por conta da chegada do corpo da médica. Cerca de 50 familiares foram autorizados a ir até a pista do aeroporto para acompanhar a retirada do caixão da aeronave. Do terminal, a urna funerária seguiu em um caminhão do Corpo de Bombeiros, escoltado pela Polícia Militar (PM) e seguido por carros de parentes de Zilda.
Fila
Momentos antes da porta do Palácio das Araucárias se abrir para o público, cerca de 500 pessoas, inclusive crianças, já formavam uma fila em frente ao prédio. As duas primeiras pessoas, Maria Olina Aparecida e Justina Ângela Basso, voluntárias da Pastoral, estão no local desde as 8 horas. "Como curitibanas, queremos ser as primeiras a acolher e recepcionar as pessoas que virão de outros lugares aqui hoje", contou Justina.
"É um dia de muita tristeza, mas também de triunfo para a Zilda, que recebe essa manifestação tão grande de pessoas", disse Maria.
Um espaço está reservado no estacionamento do Palácio Iguaçu para receber caravanas com centenas de ônibus, vindos de diversos estados. Eles trarão seguidores, fiéis e colaboradores da Pastoral da Criança pelo país. No Palácio das Araucárias, os visitantes devem subir a rampa que dá acesso aos corredores e caminhar cerca de cem metros até chegar ao recinto, no térreo, onde está o caixão com o corpo de Zilda.
Um corredor foi montado para a passagem do público geral, enquanto familiares e autoridades poderão permanecer na sala por mais tempo, em um espaço com cadeiras.
Trânsito e policiamento
Um esquema especial de trânsito foi montado na região do Centro Cívico para o velório. Agentes da Diretoria de Trânsito (Diretran) da Urbanização de Curitiba S.A (Urbs) e do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) foram deslocados para controlar o movimento.
Os cruzamentos das ruas Papa João XXIII e Prefeito Ernani Santiago de Oliveira e das ruas Conselheiro Raul Viana e Professor Benedito Nicolau dos Santos estão bloqueados, e há interdições ainda nas ruas Jacy Loureiro de Campos e na Avenida Cândido de Abreu, próximo ao prédio da Prefeitura de Curitiba. Apesar disso, não havia congestionamento na região por volta das 12h50, já que muita gente chega ao local em ônibus, que podem passar pelos bloqueios.
O policiamento nas proximidades do palácio do governo também foi reforçado. O comando da PM do estado informou que a rebelião de presos ocorrida na Penitenciária Central do Estado, na noite de quinta-feira, não altera os planos da segurança para a despedida de Zilda.
Flores
Em nota, a família de Zilda Arns agradeceu todas as manifestações e palavras de conforto e solidariedade. Segundo os familiares, seria o desejo dela que no lugar de coroas de flores, fossem feitas doações para o trabalho da Pastoral da Criança. Quem quiser fazer contribuições deve acessar o site www.pastoraldacrianca.org.br.
Enterro
Ainda no Palácio das Araucárias, está programada para as 14 horas a missa de corpo presente da médica. O culto será exibido em telões na Praça Nossa Senhora de Salete - situada nas proximidades do Palácio das Araucárias - para que a população também possa acompanhá-lo, e pela internet, em um link que será disponibilizado no site da Pastoral da Criança. Após a celebração haverá o sepultamento no Cemitério da Água Verde, em cerimônia restrita aos familiares.
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