Parlamentares discutem meios de combater violência contra criança no PR
O poder Legislativo começou nesta terça-feira (18) a discutir maneiras de combater a pedofilia no Paraná. A iniciativa veio depois que o estado teve vários casos de violência sexual contra crianças no mês de novembro, como o da menina Rachel Genofre, nove anos, que foi encontrada morta em uma mala na rodoviária da capital.
Durante a manhã, uma reunião foi realizada na Assembléia Legislativa para discutir como o estado pode se organizar em relação ao problema da violência contra crianças. Este mês já é chamado por alguns parlamentares de "novembro do terror".
A mãe da menina de nove anos Lavínia Rabech da Rosa, encontrada morta em casa com sinais de estrangulamento no final de semana, no bairro Atuba, em Curitiba, confirmou à Polícia Civil na tarde desta terça-feira (18) que consumia drogas e estava em casa na hora em que a filha morreu. Em depoimento, três vizinhos afirmaram que a mãe, a papeleira Maura da Rosa, usava crack diariamente com o principal suspeito do assassinato, o andarilho Mariano Torres Ramos Martins, de 45 anos. Maura não quis falar com a imprensa. Essa é a terceira versão que ela dá à polícia.
O suspeito teria bom relacionamento com a família e era visto constantemente comprando doces para as crianças. Maura dava comida para Martins e supostamente consumia crack com ele no banheiro da casa, segundo os depoimentos prestados nesta terça. O padrasto, Mario Luiz de Castro, não concordava com a relação e saía de casa. Foi o que teria acontecido na noite da morte de Lavínia.
O delegado Rogério de Castro, que comanda as investigações do caso, afirma que a mãe não é suspeita do crime. "Apesar de consumir drogas, os vizinhos dizem que ela jamais foi violenta com suas filhas, nem em seus estados mais alterados de consciência", diz. Maura levava todos os dias a filha para o colégio, o quê, segundo o delegado, corrobora com a tese dela ser uma mãe "carinhosa".
A noite do crime
As investigações agora apontam para uma nova hipótese do que teria acontecido noite em que Lavínia morreu. Por volta das 19h, Martins teria tentado entrar na casa de Maura para consumir drogas, mas teria sido impedido pelo padrasto. Pouco depois, Mario teria ido a um bar consumir álcool.
Em seguida, Maura chamou Lavínia, que brincava com uma amiga na casa de uma das vizinhas - e que deu depoimento para a polícia nesta tarde-, para tomar banho e dormir. Depois das 20h, portanto com Mario no bar e Lavínia em casa, Martins voltou a casa para consumir crack com a mãe da criança.
Entorpecido, o padrasto teria retornado e ido direto para seu quarto. Ele dormia em um cômodo separado de Maura, Lavínia e outra filha, de cinco anos. "O crime aconteceu entre as 20h e a meia-noite", afirma o delegado. Pouco antes das 24h, Maura foi vista por vizinhos gritando que iria matar o andarilho, com uma faca de cozinha nas mãos. Segundo a polícia, a mãe estava em casa no momento da violência. "Os vizinhos confirmam que ela gritava 'olha o que ele fez', como se conversasse com o padrasto sobre o andarilho", conta o delegado.
O corpo da menina foi encontrado com marcas de estrangulamento. "Não descarto a hipótese dele [Martins] ter tentado abusar da menina. Com a negativa da menina e sob o efeito de drogas, teria a matado e fugido", relata Castro. A versão de que o suspeito teria sido encontrado embaixo da cama dormindo não procede, segundo a polícia.
Depoimentos
Das 14h30 às 18h30 desta tarde, Castro ouviu três vizinhos, o padrasto e a mãe no 12º Distrito Policial, no bairro de Santa Felicidade. O depoimento da mãe durou cerca de dez minutos. No início do depoimento, ela gritou: "Nada vai trazer minha filha de volta". No final, saiu chorando do escritório do policial. Visivelmente transtornada, ela não quis dar entrevista para a imprensa.
O delegado opina que ainda não conseguiu um depoimento claro de Maura, pois no dia do fato ela estava abalada e nesta tarde estaria "transtornada". "[O que] deu para sentir que ela sente remorso e arrependimento pelo que aconteceu", afirma o policial civil. Maura estaria indo a uma igreja para tentar largar as drogas, de acordo com Castro. Já os vizinhos teriam dado informações "essenciais" para esclarecer o caso. Os vizinhos também disseram não querer conversar com a imprensa para "não atrapalhar as investigações".
A Polícia Civil pedirá novo depoimento do principal suspeito do caso, o andarilho Martins. "Só assim confirmaremos se ele tinha um relacionamento amoroso com Maura. Sabemos que ele às vezes saia com ela para catar latas", relata o delegado.
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