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Violência estudantil

Mais uma caloura é queimada em trote violento no interior de SP

Mais uma caloura sofreu queimaduras no corpo após passar por trote na cidade de Santa Fé do Sul, no interior de São Paulo. A estudante Jéssica da Silva Rezende, 17 anos, foi atingida pela mesma mistura de gasolina e creolina que foi jogada na estudante Priscila Muniz, grávida de três meses.

As duas jovens são alunas da Fundação Municipal de Educação e Cultura (Funec) e foram alvo do trote no primeiro dia de aula, que ocorreu na segunda-feira (9). Em nota, a instituição lamenta o incidente e afirma que aguardará o esclarecimento do ocorrido pela polícia para tomar as medidas cabíveis.

Jéssica, que é caloura do curso de letras, diz que estava em uma das salas quando veteranos chegaram para buscar os calouros. "Achei que iam nos levar para pintar o rosto com tinta", diz.

Ela conta que só foi perceber que haviam jogado alguma coisa nela quando sentiu uma queimação nas costas. "Eu estava descendo a rampa da faculdade em direção à saída, com os outros calouros, na fila do elefantinho", diz, referindo-se à maneira como andavam: um segurando a mão do outro pelo meio das pernas.

Cicatriz

"Na hora, ardeu muito. Comecei a chorar e fui para a casa de uma amiga tomar banho. Depois, passei na Santa Casa, onde tomei soro e injeção." Segundo ela, as três queimaduras, um pouco menores do que um palmo, não têm doído mais, mas um remédio em spray ajuda a manter a pele hidratada.

"Sinto a pele repuxar. O médico disse que talvez fique alguma cicatriz. Espero que não." Ela não precisou ficar hospitalizada. A amiga que levou Jéssica para tomar banho em casa é justamente a estudante de pedagogia que é acusada por Priscila, a caloura grávida, de ter jogado o líquido.

"Eu não vi quem jogou em mim. E também não sei se foi essa minha amiga que jogou na Priscila. Se foi, talvez ela não soubesse o que tinha nas mãos", disse Jéssica.

Dentro da faculdade

Jéssica conta que foi atingida pelo líquido quando ainda estava dentro da faculdade. "Foi antes de passarmos a catraca", relembra.

No entanto, a instituição diz, em nota, que "contou com o apoio das polícias Militar e Civil e da Guarda Municipal para impedir que acontecessem trotes dentro dos campi. Com o apoio das Polícias, não houve nenhum incidente dentro dos campi da Fundação."

O texto afirma ainda que a "Fundação entende que não pode se responsabilizar por ações de estudantes fora do espaço geográfico de seus campi. Contudo, a Funec aguardará o esclarecimento dos fatos e tomará as medidas cabíveis".

Questionada sobre isso, a assessoria de imprensa da Funec informou que a instituição irá esperar a apuração da polícia para tomar qualquer medida.

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