Embora o inglês permaneça como a língua mais falada em todos os continentes, há algum tempo o mandarim vem ganhando espaço, principalmente pelo crescimento econômico impressionante da China nos últimos anos, mas também pelo simples interesse dos ocidentais na cultura milenar chinesa.
O jovem Vitor Cezar de Paula, de 16 anos, conta que o interesse pela língua veio da paixão pela cultura e filosofia asiática e também do interesse em aprender um idioma diferente, já que ele pretende trabalhar fora. “A filosofia e o entendimento da língua são bem diferentes da língua portuguesa, que é muito direta. O mandarim, no entanto, é mais filosófico”, explica Vitor.
Já o empresário Rafael Macedo, de 31 anos, aluno há dois anos e meio, foi atraído pela beleza dos ideogramas chineses, o desafio pessoal de aprender uma nova língua “diferente” e também pelo crescimento do mercado chinês. “Tenho uma empresa de engenharia, e pretendo fazer negócios na China, que é um mercado em constante crescimento”, observa Macedo.
De acordo com a professora Hsu Hsia Chien, que há dez anos veio de Taiwan e leciona mandarim no Centro Cultural Tomodachi, em Curitiba, os jovens universitários dos cursos de Direito, Comércio Exterior e Relações Internacionais são os que mais buscam o curso para se destacar na carreira. “As pessoas que chegam aqui querendo aprender chinês esperam que o desempenho e domínio da língua ajudem a sua vida profissional”, conta ela.
Embora as línguas sejam diferentes e distantes, o que inicialmente dificulta o aprendizado do mandarim, a professora Chien lembra que uma dica é buscar uma aproximação entre o chinês e o português. “A gramática, a linguística, a fonética não são tão diferentes assim”, afirma ela.
Para Vitor, que aprende o idioma há um ano e meio, a principal diferença é com relação às entonações de cada sílaba. “No português lemos direto como está escrito. O mandarim, por sua vez, tem cinco variações para cada sílaba. Uma ora você fala mais grave, mais aguda, outra com uma entonação contínua e cada uma dessas variações tem um significado diferente. Por isso, no começo é um pouco difícil”, conta. Para fixar o novo idioma, Vitor assiste a filmes, seriados e novelas em chinês para praticar a audição e lê apostilas e algumas revistas.