Vitor Cezar de Paula, 16 anos, estuda a língua há um ano e meio. Interesse veio da filosofia oriental.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Embora o inglês permaneça como a língua mais falada em todos os continentes, há algum tempo o mandarim vem ganhando espaço, principalmente pelo crescimento econômico impressionante da China nos últimos anos, mas também pelo simples interesse dos ocidentais na cultura milenar chinesa.

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CURIOSIDADES

Em mandarim, o sobrenome vem antes do nome. Por isso, embora esteja creditada como Hsu Hsia Chien, a professora do Centro Cultural Tomodachi, observa que em chinês a escrita correta é Chien Hsu Hsia. Mandarim só tem um alfabeto, conhecido por seus tradicionais ideogramas, enquanto que a língua japonesa também nasce dos símbolos, mas com algumas adaptações. Na moderna escrita japonesa, o kanji, os ideogramas chineses são ligados uns aos outros por conectivos, também criados a partir dos ideogramas chineses. No mandarim há diferentes entonações para o significado de cada palavra.

O jovem Vitor Cezar de Paula, de 16 anos, conta que o interesse pela língua veio da paixão pela cultura e filosofia asiática e também do interesse em aprender um idioma diferente, já que ele pretende trabalhar fora. “A filosofia e o entendimento da língua são bem diferentes da língua portuguesa, que é muito direta. O mandarim, no entanto, é mais filosófico”, explica Vitor.

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Já o empresário Rafael Macedo, de 31 anos, aluno há dois anos e meio, foi atraído pela beleza dos ideogramas chineses, o desafio pessoal de aprender uma nova língua “diferente” e também pelo crescimento do mercado chinês. “Tenho uma empresa de engenharia, e pretendo fazer negócios na China, que é um mercado em constante crescimento”, observa Macedo.

A LÍNGUA

O mandarim é um dialeto da língua chinesa e o idioma nativo mais falado no mundo, já que 1 bilhão de pessoas o usam. O alfabeto chinês é imenso: são cerca de 60 mil símbolos que representam palavras ou fonemas. Atualmente, são usados “apenas” em torno de 10 mil deles.

Para ler um jornal, por exemplo, estima-se que seja preciso conhecer ao menos 2,5 mil ideogramas. Lê-se o chinês tradicional da direita para a esquerda, mas as versões atuais são lidas no sentido oposto.

A fonética é uma atração à parte. Cada palavra pode ser pronunciada com até cinco entonações diferentes. Aprender a falar é como um exercício de canto.

A adoção do chamado “código Pinyin” facilita a comunicação dos ocidentais com os chineses. Com ele, é possível transcrever os ideogramas para o alfabeto latino.

De acordo com a professora Hsu Hsia Chien, que há dez anos veio de Taiwan e leciona mandarim no Centro Cultural Tomodachi, em Curitiba, os jovens universitários dos cursos de Direito, Comércio Exterior e Relações Internacionais são os que mais buscam o curso para se destacar na carreira. “As pessoas que chegam aqui querendo aprender chinês esperam que o desempenho e domínio da língua ajudem a sua vida profissional”, conta ela.

Embora as línguas sejam diferentes e distantes, o que inicialmente dificulta o aprendizado do mandarim, a professora Chien lembra que uma dica é buscar uma aproximação entre o chinês e o português. “A gramática, a linguística, a fonética não são tão diferentes assim”, afirma ela.

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Para Vitor, que aprende o idioma há um ano e meio, a principal diferença é com relação às entonações de cada sílaba. “No português lemos direto como está escrito. O mandarim, por sua vez, tem cinco variações para cada sílaba. Uma ora você fala mais grave, mais aguda, outra com uma entonação contínua e cada uma dessas variações tem um significado diferente. Por isso, no começo é um pouco difícil”, conta. Para fixar o novo idioma, Vitor assiste a filmes, seriados e novelas em chinês para praticar a audição e lê apostilas e algumas revistas.

Para Aprender

Confira dicas para turbinar o aprendizado do mandarim:

  • Veja filmes de temática oriental;
  • Mesmo em meio aos clássicos de artes marciais, você pode aprender palavras novas, ou despertar seu interesse pela língua;
  • Acompanhe podcasts produzidos por ­chineses;
  • Prestar atenção às conversas, ainda que sejam incompreensíveis no início, ajuda a se familiarizar com o idioma;
  • Ouça músicas direto da China;
  • A sonoridade das palavras, acompanhada de um ritmo musical que lhe agrade, pode ser o combustível para turbinar seu mandarim;
  • Confira vídeos com ­legendas em mandarim;
  • Escrever e falar talvez sejam as tarefas mais difíceis no idioma, mas é possível ir treinando os olhos e ouvidos enquanto você se ­diverte;
  • Visite sites e blogs locais;
  • É possível que algumas dessas páginas tenham versões em inglês, o que pode facilitar a compreensão caso seja preciso conferir a tradução.

ONDE IR

Saiba onde aprender mandarim no Paraná

CENTRO CULTURAL
TOMODACHI

Cursos extensivos duram, em média, 5 meses e possuem carga horária de 48 horas. As turmas iniciam em fevereiro (1º semestre) e agosto (2º semestre), mas os interessados podem ingressar nas turmas no decorrer do ano sem problemas, pois no Tomodachi é adotado o acompanhamento individual do aluno. As aulas tem 2h30 de duração e o aluno pode escolher em ver aulas uma, duas ou mais vezes por semana, dependendo da disponibilidade de horários;

Valor: de R$ 180 a R$ 480 por mês, dependendo do número de aulas por semana;

Informações: (41) 3022-3477 / http://www.tomodachi.com.br

CENTRO DE LÍNGUAS
DA UFPR (CELIN)

É necessário fazer o pré-cadastro no site e entregar os documentos na secretaria Celin. No momento, é preciso aguardar a abertura de turma para o segundo semestre;

Valor: R$ 590 por semestre;

Para solicitar uma vaga gratuita também é preciso realizar o pré-cadastro pelo site do Celin;

Informações: (41) 3360-5101/
http://www.celin.ufpr.br/

WIZARD

O aluno aprende o idioma na modalidade individual e pode optar por aulas de 40 ou 60 minutos;

Valor: para as aulas de 40 minutos, a mensalidade é de
R$ 516 mais material didático;

Já para as aulas de 60 minutos, o aluno paga uma mensalidade de R$ 780,00 mais o material didático.

Informações: (41) 3024-5859/ 3024-6924.

LABORATÓRIO DE LÍNGUAS DA UEL

É necessário aguardar a abertura de turma no segundo semestre e conferir as informações no site bit.ly/mandarim_uel;

Valores: para alunos e funcionários da UEL R$ 300,00 por semestre. Para comunidade externa o valor é de R$ 390 por semestre;

Informações: (43) 3371-4296.