Os antigos condôminos da Estação Rodoviária Américo Dias Ferraz, a Rodoviária Velha de Maringá, decidiram recorrer na Justiça da decisão que concedeu posse provisória do prédio para a prefeitura. A medida foi tomada durante reunião realizada na sexta-feira (14).
Segundo o advogado do grupo, Alberto Abraão Vagner da Rocha, o juiz a 4ª Vara Cível de Maringá, Alberto Marques dos Santos, recebeu o pedido para que esclareça uma questão que não teria sido abordada na decisão que favoreceu o município. "Dependendo da análise que ele fizer, essa realidade que estamos vivendo pode ser alterada", afirmou o advogado. Os condôminos pretendem aguardar uma nova decisão até a próxima segunda-feira (17). Caso a posição do juiz seja desfavorável para os lojistas, eles prometem recorrer no Tribunal de Justiça.
Ainda de acordo com o advogado, foi contratado um perito para "medir" novamente a área do prédio. "É preciso rever a questão da posse da prefeitura, que incorporou a área comum da construção, o que a lei não permite. Isso pode influenciar no valor de indenização pago aos condôminos", salientou Rocha. A prefeitura havia depositado R$ 5,3 milhões aos 44 lojistas que trabalhavam na rodoviária até ser interditada, em 2007. Com isso, o município, que respondia por 47% do imóvel, passou a possuí-lo de maneira integral.
Obras na antiga rodoviária
Na sexta-feira (14), a Prefeitura de Maringá já começou a isolar a Rodoviária Velha, para demoli-la em breve. O secretário de Serviços Públicos, Vagner Mússio, conta que uma equipe está instalando um alambrado em torno do prédio, para começar a retirar materiais que podem ser reaproveitados, como portas, janelas, ferragens e partes do telhado. "Conforme retirarmos esses materiais, vamos avaliar se podem ou não ser reaproveitados", diz.
Segundo o secretário, a instalação do alambrado pode levar até quatro dias. A retirada de algumas partes do prédio pode começar antes do fim do isolamento. O passo seguinte, a princípio, será a demolição. Mússio acrescenta que, por enquanto, a administração considera a possibilidade de contratar uma empresa para derrubar o prédio. O processo licitatório deve demorar 60 dias.
Em entrevista na manhã de quinta-feira (13) ao JM, o procurador jurídico do município, Carlos Manzato, afirmou que a definição sobre a terceirização da demolição depende do custo que isso irá gerar aos cofres públicos. Se não compensar, a Prefeitura pode derrubar o prédio com funcionários da Secretaria dos Serviços Públicos. O município pretende instalar um Centro cultural onde hoje está instalada a antiga rodoviária.