A avenida
A Avenida Brasil foi uma das peças-chave do planejamento urbano de Maringá. A cidade se organizou a partir de um projeto elaborado pelo arquiteto e urbanista Jorge Macedo Vieira, em 1965.
O projeto foi encomendado pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP), então proprietária das terras da futuro cidade (que foi criado em 1947 e elevado a município em 1951).
O plano feito por Vieira incluía uma avenida que atravessaria a cidade de ponta a ponta. E assim nasceu a Avenida Brasil, com 7.450 metros.
A partir do próximo ano, a Avenida Brasil, principal via de Maringá, vai passar por uma transformação completa. Um projeto conduzido por um comitê que envolve as principais secretarias do município pretende melhorar o trânsito no local, estabelecendo fluxo de mão única na via, ampliando as calçadas que a cercam e criando uma faixa preferencial para ônibus, além de eliminar o estacionamento central.
Outro projeto, este do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), busca revitalizar a região central e também vai modificar o atual aspecto da via, para alavancar o consumo no local. O Jornal de Maringá apresenta detalhes desses projetos e imagens de como a avenida deve ficar depois das mudanças.
No que diz respeito ao primeiro projeto, a execução deve ser feita em duas etapas, informa a secretaria de Planejamento. A primeira compreende o trecho entre as praças Rocha Pombo e José Bonifácio. A outra contempla o restante da avenida.
A principal mudança é a transformação da via, hoje de mão dupla, em um binário, em conjunto com a Avenida Mauá (que muda de nome e se torna Rua Joubert de Carvalho , Avenida Carneiro Leão e ruas Guarani e Antônio Scramin). A Brasil, assim, terá fluxo único no sentido da rodoviária e a Mauá, no sentido contrário.
O estacionamento central, conhecido como "espinha de peixe", será retirado, por ser considerado um dos responsáveis pela lentidão do trânsito na região. "Os motoristas ficam procurando estacionamento e atrapalham o fluxo, sem contar os acidentes que acontecem na entrada ou saída dos carros", afirma Patrícia Minari Purpur, engenheira civil da Secretaria do Planejamento envolvida no projeto.
No lugar do estacionamento serão instalados canteiros e estações de ônibus o primeiro trecho deve ter quatro. Uma das quatro vias da rua será destinada preferencialmente ao tráfego dos ônibus. "Muita gente pensa que será uma via exclusiva, o que não é verdade. Os carros também poderão passar por ali, embora a gente acredite que isso não vá acontecer, porque será uma via mais lenta que as outras", diz a engenheira.
A faixa preferencial para ônibus, acrescenta Patrícia, deve ser usada pelos carros que pretendem trocar de via. Isso porque, ao longo da avenida, haverá pontos destinados a esse fim (no primeiro trecho, devem ser duas agulhas de transposição e mais dois pontos, em cruzamentos, em que será possível mudar de faixa).
Todas essas reformas, acreditam os técnicos da secretaria de Planejamento, terão dois efeitos principais, que permitirão desafogar o trânsito da região: a possibilidade de programar os semáforos da via para ficarem verde em sequência (a chamada "onda verde") e o fim da proibição para conversões à esquerda em diversos pontos.
As mudanças serão acompanhadas ainda da ampliação das calçadas que margeiam a avenida. Elas passarão de cinco para seis metros e receberão nova sinalização, com rampas de acesso para cadeirantes. O pavimento asfáltico da via também deve ser trocado.
Custos e prazo
O projeto para a reforma da Avenida Brasil está estimado em US$ 9 milhões e 450 mil. Cerca de 85% (US$ 8 milhões e 100 mil) vai ser financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o restante, 15 % (US$ 1 milhão e 350 mil), será custeado com recursos do município.
O financiamento do BID ainda não está em vigor. O projeto já foi aprovado pelo banco e pela Câmara Municipal de Maringá e aguarda apreciação no Senado Federal. "Na maioria absoluta dos casos os senadores aprovam esses projetos. É algo protocolar e que deve ser feito em breve, depois do recesso parlamentar", informa o secretário de Planejamento, Jurandir Guatassara.
O financiamento ainda contempla outras obras, como a criação de novos binários na cidade (avenidas Paraná/Duque de Caxias e Herval/São Paulo), ao custo de US$ 5 milhões e 890 mil.
Depois de aprovado, o projeto de reforma da Avenida Brasil deve entrar na fase de licitações, para então ser executado. As obras devem acontecer em 2010.
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