A Promotoria de Justiça de Paranavaí, que investiga o delegado Marcolino Aparecido da Costa, da 8.ª Subdivisão de Polícia Civil de Paranavaí, deu mais detalhes sobre a ação civil pública que culminou na decisão judicial determinando o afastamento do funcionário da segurança pública. Segundo a promotora do Ministério Público (MP), Andrea Pussi Baradel, o delegado estaria interferindo no andamento de duas ações penais às quais responde, uma por tortura e outra por prevaricação e falsidade ideológica. Ainda cabe recurso da decisão divulgada nesta segunda-feira (25). Outros quatro policiais estariam sendo investigados.
A promotora revelou à reportagem do Jornal de Maringá que Costa estaria coagindo as vítimas que teriam sido torturadas por ele e por outros policiais da corporação. "Além do delegado, outros quatro estão sendo investigados. Durante a fase de investigação, as vítimas que sofreram tortura voltaram ao Fórum para desmentir o que já haviam confirmado. Por isso, pedimos o afastamento do delegado e a Justiça atendeu", disse a promotora.
Segundo Andrea, uma das vítimas que delatou os maus-tratos praticados pelo delegado foi pressionada e tentou recuar. "O denunciante disse que havia mentido sobre a denúncia. Isso deixa claro que o delegado deve ser afastado das funções, pois a autoridade dele está influenciando nas investigações", afirma.
A promotora preferiu não revelar os nomes dos outros quatro policiais envolvidos, mas garantiu que existem outros processos do MP em andamento. "Essas ações vão pedir a remoção de todos que tenham participação", lembra. A investigação está sendo feita há um ano.
Além das duas ações penais, o delegado também é investigado pelo sumiço de drogas da delegacia que chefia. De acordo com o MP, no início de abril dois quilos de crack, um de cocaína, além de solventes utilizados para aumentar o volume do entorpecente, sumiram de uma sala da delegacia.
O MP já havia pedido, por meio de ofício, o afastamento do delegado à Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp), mas o órgão não havia se manifestado.
A Sesp foi procurada pela reportagem e informou que Costa foi afastado nesta quarta-feira (27) e outro delegado já escolhido para assumir a delegacia. O nome do substituto de Costa, contudo, não foi revelado.
O delegado afastado também foi procurado, mas segundo uma funcionária da 8.ª Subdivisão de Polícia Civil, ele estaria em Curitiba, desde segunda-feira (25), porém, não informou o motivo.
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