Em 1969, iniciaram-se estudos para a incorporação de uma área verde ao cotidiano dos maringaenses. Perante a consultoria e orientação de Anníbal Bianchini da Rocha, a Prefeitura Municipal inaugurou o Parque do Ingá a 10 de outubro de 1971, na gestão do então prefeito Dr. Adriano José Valente (1969-1972).
Com 474,3 mil m², lago artificial, sete quilômetros de pavimentação em paralelepípedo (que foram extraídos da Avenida Brasil), a mata nativa foi preservada pelo processo de urbanização em respeito à lei de proteção aos mananciais. Isso porque, em seu interior está localizado o Córrego Moscados. Essa nascente teve de ser represada para estabelecer um grande lago a fim de ocupar a clareira.
Um espaço social destinado às massas. O ponto de encontro de casais, famílias, jovens, crianças. Aos domingos, o parque era tomado por milhares de pessoas que passavam o dia à beira do lago, apreciando os animais e os pássaros. Ficou popularmente conhecido como o "Clube do Povo".
No 70º aniversário da Imigração Japonesa no Brasil, a 20 de junho de 1978, o Príncipe Akihito (hoje Imperador) e a Princesa Michiko estiveram em uma visita oficial a Maringá. A agenda deles incluiu a inauguração do Jardim Japonês do Parque do Ingá e o lançamento da pedra fundamental da Associação Cultural e Esportiva de Maringá (ACEMA). Quem acompanhou os herdeiros do trono do Japão, além das autoridades locais e estaduais, foi o então presidente do Brasil Ernesto Geisel.
Antes de chegar a Maringá, o Príncipe e a Princesa passaram por Brasília, São Paulo, Londrina e Rolândia.
Na tarde do dia 20 de junho, eles chegaram e foram direto para o Parque do Ingá, a fim de inaugurar o Jardim Japonês. Ao longo do caminho, diversos estudantes os recepcionaram com bandeiras do Japão e do Brasil. Na ocasião, 10 mil delas foram distribuídas. O casal pernoitou no Hotel Bandeirantes, o mais luxuoso da época. Um quarto foi especialmente elaborado para a ocasião.
A Princesa Michiko teria pedido para a comitiva parar em frente à Igreja São José da Vila Operária para fazer reverência a um belo Ipê Roxo. Contudo, recentemente, informações confrontam o dito. Ela não teria descido do carro eem pedido para a comitiva parar - simplesmente, achou o exemplar exuberante.
O Parque ainda contou por um longo período com um pequeno zoológico e trilhas pela mata, além de restaurante, churrasqueira, campo de bocha e um píer para os pedalinhos. O local encontra-se fechado para reformas e melhorias, mas irá reabrir a partir da próxima quarta-feira (8).
Fontes e fotos: Acervo Maringá Histórica / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Museu Bacia do Paraná / Folha de Londrina - 12 de abril de 1973 / Contribuição Cláudio Pietrobom
* Miguel Fernando escreve aos sábados na Gazeta Maringá. Ele é bacharel em Turismo e Hotelaria e especialista em História e Sociedade do Brasil. É instituidor do Projeto Maringá Histórica, o qual se estende na coluna publicada na Gazeta Maringá e em outra, produzida para a Revista ACIM.