A prisão de três pessoas na noite de quarta-feira (29) pela Polícia Rodoviária Estadual agravou a situação na carceragem de Marialva, região metropolitana de Maringá, que desde o fim de março deveria estar desocupada, segundo uma determinação judicial. Cinco homens dividem um espaço de cerca de cinco metros quadrados e uma mulher está detida na sala do cartório da delegacia.

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O trio foi preso com 850 gramas de crack. O grupo de Cascavel (Oeste do estado) estava em um Escorte e foi parado para abordagem na BR 376, entre Marialva e Sarandi . A droga foi encontrada presa com fita crepe junto à coxa de uma mulher, que estava com outros dois homens no carro. Todos irão responder por tráfico de drogas.

Segundo a delegada responsável pela unidade, Elza da Silva, não há estrutura para receber os presos. Wesley Cristiano Lisboa Martins, de 21 anos, e Leandro Antônio Faión, de 24, estão em uma cela junto com outros três presos. O local tem capacidade para abrigar apenas uma pessoa, e não possui janelas, luz, água ou banheiro. "Nós não temos uma estrutura adequada aqui na cidade. Este é um prédio alugado, e de forma improvisada transformamos uma antiga despensa em cela", conta Elza.

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Luciana Campos, de 34 anos, está detida em uma sala do cartório da delegacia. "Não posso colocá-la com os homens, e, como não temos local específico para mulheres, essa foi a única solução", explica a delegada. Luciana estava com uma criança de quatro anos quando foi presa. A menina passou a noite no Conselho Tutelar, mas foi levada na manhã desta quinta-feira (30) pela avó.

Elza diz que está tentando transferir os detentos para delegacias de Maringá ou Arapongas. "Nossa situação é complicada, pois o juiz da Primeira Vara de Execuções Penais proibiu que detentos de outras comarcas fossem levados para a 9ª Subdivisão de Polícia Civil de Maringá, alegando superlotação", explica.

Problema antigo

A delegacia de Marialva foi interditada em novembro de 2007, pois estava com a estrutura precária, com riscos de desabamento. Atualmente ela funciona em um local improvisado, cedido pela prefeitura. A única "cela" tem pouco mais de cinco metros quadrados, sem janelas, água, luz ou banheiro.

No dia 31 de março deste ano a Justiça determinou que o Governo do Estadual deveria providenciar a transferência dos presos que se encontravam provisoriamente na Delegacia de Polícia de Marialva. O juiz da Comarca de Marialva determinou também que em até dois meses deveriam ser iniciadas obras de construção de uma nova cadeia pública ou de reforma do prédio antigo.

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Segundo a delegada, apesar da determinação judicial, a situação continua a mesma. "Os presos não foram removidos. O Governo do Estado prometeu que iria reformar o antigo prédio, mas até agora nada foi feito", afirma.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) assim que foi notificada, o Governo realizou um inspeção no antigo prédio, que foi interditado, e verificou que a estrutura da carceragem está em boas condições, com problemas apenas na parte administrativa da delegacia. Assim, os detentos devem ser transferidos para essas celas no início da próxima semana. A Sesp afirmou que em breve deve ser iniciada a reforma do prédio da delegacia. A conclusão das obras está prevista para julho deste ano.