O massacre mais brutal da história do Brasil, ocorrido na quinta-feira na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, durou cerca de 15 minutos. Nesse período, o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, disparou mais de cem tiros em duas salas do colégio. Ao todo, 12 crianças morreram - dez meninas e dois meninos. Até quinta à noite, quatro crianças ainda estavam em estado grave.

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Uma testemunha contou que Wellington usava fone de ouvido e ria enquanto atirava. Ele entrou na escola de mil alunos - 400 naquele turno da manhã - após dizer que tinha ido buscar seu histórico escolar. Bem vestido, de camisa verde, calça e sapatos pretos e mochila nas costas, ele subiu direto para a sala de leitura, onde foi reconhecido pela ex-professora Doroteia. "Veio fazer palestra para os alunos?", ela perguntou, referindo-se à programação de encontros com ex-alunos bem-sucedidos para comemorar os 40 anos da escola.

Não era o caso de Wellington. Doroteia pediu que ele esperasse, pois estava ocupada. Minutos depois, começou a tragédia. Ele saiu da sala, largou a mochila, colocou o cinturão com carregadores, entrou em uma sala e anunciou: "Vim fazer a palestra". Em seguida, mirou na cabeça das crianças da primeira fila e a disparou com um revólver 38. A outra arma, um revólver 32, não foi usada. Meninas eram maioria na sala e sentavam na frente, segundo a polícia.

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Segundo relatos, ele mandava que os alunos fossem para a parede. Indiferente às súplicas, atirava na cabeça. Alguns estudantes se jogaram debaixo das mesas. Outros tentaram fugir. Quando Wellington parou de atirar para recarregar a arma, Patrick Figueiredo, de 14 anos, saiu correndo de mãos dadas com uma amiga. Wellington acertou a menina, Patrick escorregou em uma poça de sangue e quebrou o dedo do pé. Em seguida, Wellington foi para a sala em frente e fez novos disparos.

No andar de cima, uma professora ouviu os tiros e mandou que os adolescentes subissem para o auditório, no 4.º andar. Professores trancaram a porta e colocaram cadeiras e armários para bloquear a entrada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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