- "Pacotão" de austeridade deve desencadear greve geral de servidores estaduais
- Secretário garante que escolas têm condições de iniciar ano letivo na segunda (9)
- Com ou sem greve, escolas não vão abrir
- Gestão Richa contingencia R$ 11 bilhões e anuncia "medidas amargas"
- Servidores perdem adicionais e licenças para professores ficam mais difíceis
Começou na manhã nesta sexta-feira (06) uma série de manifestações de professores em diversas cidades do Paraná. Cada grupo de docentes vem se mobilizando na região em que lecionam. Eles protestam contra a série de cortes na educação, adotadas pelo governador Beto Richa (PSDB).
Uma das manifestações foi realizada no fim da manhã, em frente ao Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba. No período da tarde, um grupo de professores de cinco colégio da regional do Boa Vista promoveram um protesto coletivo, na Avenida Anita Garibaldi. O grupo chegou a interditar parte da via, em alguns momentos.
Além de se manifestarem com cartazes, os docentes também distribuíram panfletos, informando a população sobre a maneira como o corte de professores e funcionários impactou as respectivas escolas. "Foi um ato para informar as pessoas, principalmente os pais. As escolas não tem condições de abrir na segunda-feira (9) [data prevista para o início do ano letivo]", disse Paulla Helena Silva de Carvalho, diretora do Colégio Santa Gema Galgani.
Em Matinhos, no Litoral do estado, os alunos das escolas estaduais se juntaram aos professores em uma manifestação na PR-508. "Nós estamos lutando contra o desmonte da escola pública pelo governo do estado. Estamos sendo tratados com desrespeito por este governo e isso reflete na qualidade do ensino dos alunos", disse o professor Esmael Santos Vetel.
Está programado um novo protesto na cidade de Guaratuba neste sábado (07), às 9 horas da manhã.
Em Guarapuava, há cerca de 200 lideranças de todo estado organizando a possível greve geral dos professores da rede estadual, que pode começar já na segunda-feira (9).
De acordo com a secretária de Finanças da APP, Marlei Fernandes, os atos estão acontecendo espontaneamente em municípios grandes e pequenos, como uma espécie de preparação para as manifestações da semana que vem.
Marlei avisa ainda que, durante todo sábado (7) e domingo (8), todos os deputados estaduais serão procurados em suas cidades base no interior do Paraná e na região da capital. "Todo serão procurados para falar sobre isso", disse Marlei. Ainda nesta sexta-feira, a APP deve montar uma estratégia para realizar as manifestações da semana que vem.
Secretário garante início das aulas
O secretário de Estado da Educação, Fernando Xavier Ferreira, garantiu que as escolas da rede estadual têm condições de iniciar o ano letivo na próxima segunda-feira (9), conforme o calendário oficial. O setor vive uma crise, afetado por cortes no número de funcionários, professores e atraso no repasse do fundo rotativo (dinheiro destinado à manutenção e compra de materiais às escolas). Nesta semana, professores, diretores e sindicatos alegam que, por causa das medidas de austeridade da Secretaria de Estado da Educação (Seed), não conseguem receber os alunos em sala de aula.
"Do nosso ponto de vista, sim [temos condições de iniciar o ano letivo na segunda-feira (9). Os comunicados estão sendo feitos a tempo. Concordamos que imperfeições podem ocorrer, mas teremos condições", disse Ferreira, em entrevista coletiva concedida na manhã desta sexta-feira (6).
Os "comunicados" a que o secretário se refere dizem respeito aos remanejamentos de servidores entre as escolas da rede estadual. Na semana passada, a Seed cortou 30% dos funcionários dos colégios, contratados via Processo Seletivo Simplificado (PSS). Ao longo da semana, a Gazeta do Povo mostrou que escolas sofreram reduções drásticas no número de profissionais. No Colégio Manoel Ribas, por exemplo, o quadro de funcionários PSS foi reduzido de 11 para um.
"As informações [sobre o remanejamento de funcionários entre as escolas] ainda estão chegando aos diretores. A readequação foi definida e essas questões estão sendo resolvidas", disse o secretário. "As definições ficaram para próximo do início das aulas, mas os ajustes estão ocorrendo", acrescentou.
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