Menor é denunciado por três delitos, diz advogado

O menor suspeito de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio foi denunciado, segundo o advogado José Roberto Cordoval Júnior, pelos delitos de homicídio, sequestro e ocultação de cadáver. A denúncia do Ministério Público foi aceita pelo Juizado da Infância e Juventude de Contagem (MG) na noite de terça-feira (13), ainda segundo Cordoval Júnior.

"O Ministério Público fez a representação e ainda na terça-feira houve uma audiência inicial de apresentação. Nessa audiência, o juiz leu a representação e informou o menor sobre as denúncias. Agora começa a fase de apresentação de provas", explica o advogado.

Cordoval Júnior foi nomeado pelo juiz Elias Charbil Abdou Obeid, de Contagem, como defensor dativo do menor. De acordo com a Vara da Infância e da Juventude, como não havia defensor público de plantão, o advogado foi chamado pelo juiz.

O juiz Obeid determinou, na terça-feira, a internação do menor por 45 dias. Nesse período, pode ser marcada a audiência de instrução e julgamento, que deve determinar a punição do adolescente, se comprovada a participação dele no caso. Se constatado o envolvimento, ele pode ter liberdade assistida, ser internado ou ser obrigado a prestar serviços à comunidade.

O menor deve permanecer no Centro de Internação Provisória do Bairro Horto, região leste de Belo Horizonte.

"Tenho três dias para apresentar a defesa prévia do menor, então pretendo ter uma conversa com ele para esclarecer algumas dúvidas e estudar os depoimentos dele para traçar a estratégia de defesa", diz Cordoval Júnior.

O promotor de Justiça de Contagem, Leonardo Barreto Moreira Alves, disse, na noite de terça, que o menor detido no Rio de Janeiro pode estar realmente relacionado ao desaparecimento e à morte de Eliza. O adolescente revelou ao promotor que foi chamado por Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ainda no Rio, para dar um susto em Eliza e que não sabia que ela seria morta.

O menor foi ouvido pelo promotor e pela delegada Ana Maria Santos, no Fórum de Contagem. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que acompanha o menor em Contagem, a delegada conversou informalmente com o adolescente. Oficialmente, ela esteve no fórum para protocolar um pedido da Polícia Civil para ouvir o depoimento dele nos próximos dias.

O adolescente também conversou com uma assistente social, como acontece normalmente em casos envolvendo menores. Não está descartada a possibilidade de acareação entre o menor e outros suspeitos que já foram presos.