• Carregando...
Para associação de moradores, implantação de ciclofaixas "estragaria" trânsito na Padre Anchieta | Daniel Caron/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
Para associação de moradores, implantação de ciclofaixas "estragaria" trânsito na Padre Anchieta| Foto: Daniel Caron/ Agência de Notícias Gazeta do Povo

A Associação de Moradores e Empresários do Bigorrilho e Campina do Siqueira (ABICam) criou um abaixo-assinado para tentar barrar a suposta implantação de ciclofaixas na Rua Padre Anchieta, uma das principais vias que corta estes dois bairros. Mesmo sem nenhum projeto que indique possíveis alterações no trânsito da rua, a entidade alega que a introdução de espaços exclusivos para ciclistas afetaria a qualidade de vida das pessoas que residem na região e traria prejuízo para os cerca de 200 comerciantes locais.

O documento, que começou a ser distribuído na última sexta-feira (25), antecipa o posicionamento da associação mediante qualquer medida da prefeitura da capital, que afirma ainda não ter definição alguma sobre mudanças no trânsito da rua.

Paulo Bueno Netto, presidente da ABICam, garante que existe um projeto de melhorias previsto para a Rua Padre Anchieta, entre o Largo da Galícia e o terminal do Campina do Siqueira. A proposta seria a criação de uma Via Calma – o mesmo sistema que guia hoje o tráfego na Avenida Sete de Setembro. "Ela [a rua] tem mais de 55 problemas. Nós verificamos isso e fomos até a prefeitura, que acatou a ideia da revitalização. Só que que ela está colocando um espinho para nós, que é a ciclofaixa dividindo espaço com automóvel", disse.

Para o presidente, o grande problema com a possível criação das ciclofaixas é o congestionamento que poderia ser gerado na rua – constituída de uma faixa em cada sentido, separadas pela canaleta de ônibus. Segundo Netto, a retenção da velocidade dos carros – uma das propostas da Via Calma, que estabelece um máximo de 30 quilômetros por hora – ocasionaria "filas imensas" na rua, e por isso, muita gente evitaria passar por ali.

"A velocidade do trânsito é prejudicada. Quem é que quer entrar num engarrafamento intencionalmente? Ninguém. Mas o morador vai ter que passar por este suplício. E o comércio vai sofrer, vai perder clientes que a gente chama de eventuais ou clientes de compra por impulso, que vão evitar passar pela rua", argumentou.

Netto afirma ainda que a associação não vê como um problema o fato de os ciclistas que circulam pela continuarem a passar pelo local exclusivo dos ônibus - o que é proibido -, pois, segundo ele, nos últimos dez anos, nenhum acidente envolvendo bicicletas foi registrado nas canaletas.

Além disso, o presidente afirma que, apesar de ser contrário à implantação das ciclofaixas na Padre Anchieta, ele acredita que o sistema poderia, então, ser criado nas alamedas paralelas Princesa Isabel e Júlia da Costa.

Sem projeto

Por outro lado, a prefeitura de Curitiba informou que não há projetos definidos que indiquem a criação de uma Via Calma na Rua Padre Anchieta. Isso porque o sistema – o primeiro do Brasil – ainda nem foi avaliado na Avenida Sete de Setembro, onde estava em teste desde junho e teve sua oficialização publicada na semana passada.

De acordo com a prefeitura, uma pesquisa de avaliação da Via Calma da Sete de Setembro deve ser feita em agosto. O resultado ajudará, então, a definir os próximos locais a receberem o sistema.

Todas as assinaturas colhidas pela associação devem ser compiladas até o dia 13 de agosto. Depois, o documento será encaminhado ao Ministério Público e à prefeitura.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]