O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou nesta segunda-feira (11) o atraso na entrega de documentos por empreendedores que pleiteiam licenciamentos ambientais durante anúncio da licença de instalação da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO).

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"No caso de Santo Antônio, alguns documentos só foram entregues na semana passada. Quero dar um recado para os empreendedores em geral: não é razoável trabalhar assim. O ônus [do atraso] cai sempre sobre os órgãos ambientais, sobre o Ministério do Meio Ambiente, sobre a ANA [Agência Nacional de Águas]", reclamou.

Minc adiantou que o ministério pretende definir uma norma condicionando a concessão de licenças entrega de documentos dentro de prazos mínimos a serem respeitados pelas construtoras.

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"Vamos elaborar quadros mais claros e transparentes para estipular prazos para as licenças, a partir da entrega dos documentos. Daqui para frente, tudo vai ser diferente. Acabou a moleza para os empreendedores, que entregam os documentos na última hora e querem a licença para a véspera", apontou Minc.

Na avaliação do ministro, apesar da concessão da licença em tempo recorde, o documento foi elaborado com o máximo rigor. A autorização para o início das obras da usina detalha as condicionantes previstas na licença prévia e, de acordo com o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Messias Franco, lista 40 exigências para o empreendimento. "São detalhamentos técnicos das condicionantes, são complementares", esclareceu.

A licença determina, por exemplo, o custeio dos Parque Nacional de Mapinguari (AM) e da Estação Ecológica do Jaru (RO), investimentos de R$ 30 milhões no saneamento ambiental do município de Porto Velho, repasse Fundação Nacional do Índio (Funai) para os custos de demarcação e monitoramento das Terras Indígenas Karicuna e Karitiana e destinação de R$ 6 milhões em equipamentos para o Corpo de Bombeiros e o Batalhão de Polícia Ambiental de Rondônia.

A ANA também listou novas exigências para a usina, a principal delas é a elaboração de um projeto básico para a construção de eclusas e canais de navegação no Rio Madeira. Segundo Minc, o governo não tem planos de construir hidrovias no rio nos próximos cinco anos, mas é preciso garantir um projeto básico para planos futuros.

A compensação ambiental, valor cobrado pelos possíveis impactos ambientais do empreendimento, ainda será calculada pelo Ministério do Meio Ambiente com base nas novas regras definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O cálculo levará em conta o investimento na parte da obra, que gera impactos ambientais e os riscos potenciais da construção da usina para os ecossistemas próximos.

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