O Ministério do Trabalho (MTE) determinou nesta quinta-feira (11) a interdição das obras dos trilhos do bondinho de Santa Teresa, na zona central do Rio. Auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio detectaram que a falta de tapumes e a não interrupção do tráfego de carros nas vias do bairro ofereciam risco à segurança dos trabalhadores da obra. A interdição é uma medida administrativa do Ministério do Trabalho adotada quando o órgão encontra irregularidades. A obra é operada pelo consórcio Elmo-Azvi.

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A fiscalização ouviu de moradores que veículos costumam cair nos buracos abertos pela construção. Eles detectaram que havia perigo de atropelamento aos funcionários da obra, que está atrasada desde junho de 2014 e já dura mais de um ano e meio. A reportagem procurou a Secretaria Municipal de Transportes do Rio, que ainda não se manifestou.

O próprio secretário estadual de Transportes, Carlos Osório, admitiu no início de maio que só 25% das obras foram concluídas. Ele diz que o governo do Estado está em “litígio” com o consórcio Elmo-Azvi, responsável pela obra. Admite que o contrato pode ser rescindido, o que obrigaria o governo a colocar a obra nas mãos de outra empresa.

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“Tem valas de meio metro de profundidade e três a quatro metros de largura que as pessoas têm de pular meio metro para baixo, caminhar na terra e subir de novo para chegar na casa delas. Isso naturalmente enche quando chove, os carros caem lá dentro”, relatou à reportagem no mês passado o presidente da Associação de Moradores de Santa Teresa, Jacques Schwarzstein. Apesar de moradores afirmarem que as obras estavam paradas, a fiscalização do MTE encontrou alguns funcionários trabalhando nas vias nesta quinta-feira.

Ocorrido em 27 de agosto de 2011, o acidente com um dos bondes do bairro matou seis pessoas e deixou 56 feridas. Desde então, os veículos pararam de circular sobre os trilhos de Santa Teresa.