Um atentado à bomba levou o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, a retirar seus pais da casa que a família possui em Araçatuba, interior de São Paulo. O atentado ocorreu às 23h30 de segunda-feira, quando os pais do ministro, Nilson, de 71 anos e Maria Aparecida Gabas, de 74, acordaram com a forte explosão na garagem de casa. O artefato explodiu no teto do carro da família, um Honda Fit, que ficou danificado.

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O atentado foi divulgado somente nesta quarta-feira (18), quando Gabas chegou a Araçatuba, para retirar os pais e os levar a Brasília, onde estariam mais seguros. O ministro disse acreditar em ato de vandalismo. "Não acho que (o atentado) tenha a ver com meu trabalho à frente do ministério. Prefiro acreditar que se trata de um ato de vandalismo, mas não posso ficar pagando para ver, por isso, estou levando meus pais a Brasília, onde estarão mais seguros", afirmou Gabas.

A Polícia Federal está investigando o caso a pedido do gabinete de Segurança do Ministério da Justiça. Informações preliminares da Polícia Civil dão conta de que o artefato usado seria uma bomba caseira ou de festa junina, mas peritos não quiseram confirmar a informação.

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Suspeita

Um inquérito também foi aberto no 3º Distrito Policial de Araçatuba, mas o delegado Paulo Caciatori não quis atender a reportagem. O setor da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo também não quis comentar o assunto, mas a reportagem apurou que uma das linhas de investigação da PF vai investigar se há envolvimento de pessoas ligadas aos médicos peritos da Previdência na autoria do atentado. Os peritos, que estão em greve, vivem um embate público com o ministro porque ele se recusa a negociar com a associação da categoria.

O que levantou a suspeita foi o conteúdo do site da Associação Nacional dos Médicos da Previdência (Anmp). Além de não economizar críticas ao comportamento do ministro, chamado de incompetente e despreparado para o cargo, o site publicou uma fotomontagem na qual o ministro, chamado de "Imperador de Araçatuba", aparece na figura de Nero, sentado numa cadeira, cercado de chamas à sua volta.A fotomontagem foi publicada na tarde de terça-feira, dia seguinte à explosão.

O presidente da Anmp, Luiz Carlos Argolo, se recusou a comentar a suspeita. "É lamentável o que aconteceu, mas não posso comentar esse viés da investigação; não vou fazer juízo de valor porque é repugnante, mesmo hipoteticamente, misturar o embate que temos com o ministro com esse fato, embora bandidos existam em todos os lugares", afirmou.

Argolo disse que a Anmp continuará criticando o ministro. "Vamos criticar a inoperância, vamos criticar a truculência, a intransigência, o despreparo do ministro, mas não vamos comentar esse fato, porque isso é coisa de bandidagem e fazer uma ilação dessas é irresponsabilidade", comentou Argolo.

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