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Moradores e comerciantes da Rua Vicente de Carvalho, no bairro Jardim das Américas, se concentraram, em protesto, na ligação da via à BR-277, durante mais de duas horas na manhã desta terça-feira (12). O grupo coletou assinaturas dos motoristas que passavam pela região para um abaixo-assinado contra o fechamento do acesso ao km 82 da estrada, programado pela concessionária Ecoviapara acontecer nesta manhã, mas impedido pela Justiça por meio de liminar concedida à Prefeitura de Curitiba.

Rubens Messias, morador e dono de uma panificadora na rua, fez parte do grupo que manteve a mobilização planejada para a data do bloqueio, apesar de o acesso estar liberado. "Sabemos que a decisão judicial saiu em primeira instância e que a empresa pode recorrer", disse. "Vamos mostrar que continuamos indignados com a idéia e que não é porque saiu essa liminar que vamos nos calar". Os manifestantes colocaram faixas no local e reuniram um grupo de cerca de 70 pessoas para um ato que consideraram pacífico. Segundo Messias, o protesto terminou às 11h, com mil assinaturas coletadas. "Duas pessoas permanecerão no local durante a tarde para ver se conseguimos mais pessoas favoráveis ao movimento", afirma.

O comerciante explica que o documento deve ser anexado a um processo que os moradores pretendem abrir na Justiça contra o fechamento do acesso. Messias conta que o maior problema da obstrução é para os moradores, que precisariam fazer um contorno de cerca de um quilômetro para poder pegar a BR-277. "A Ecovia dá alternativas absurdas. Teríamos que passar por dentro de um bairro que não tem estrutura para suportar o fluxo de veículos", diz o comerciante, que afirma passar de três a quatro vezes por dia pelo acesso.

A Ecovia sustenta que o bloqueio é necessário por motivos de segurança para os motoristas que trafegam pela BR-277. A concessionária havia pedido para o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) o fechamento do acesso. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, as negociações para manter aberto o acesso da Vicente de Carvalho começaram em setembro de 2006.

"Para resolver o problema da segurança na BR-277, eles deviam pensar em alguma coisa para a rodovia, colocando uma terceira pista, por exemplo", propõe Messias.

A Ecovia, por meio da assessoria de imprensa, afirma que, respeitando a liminar concedida pela 2ª Vara de Fazenda Pública de Curitiba, manterá o acesso à rodovia liberado, mas que deve recorrer da decisão nos próximos dias. Nesta terça-feira (12), a concessionária estuda o teor da decisão para formular um recurso.

Liminar

A decisão da Justiça foi pela manutenção do acesso livre pois, segundo o juiz Rosselini Carneiro, da 2.ª Vara da Fazenda Pública, o fechamento do acesso da Rua Vicente de Carvalho à BR-277 causaria prejuízos ao transporte coletivo e aos moradores da região. O juiz argumenta ser necessário encontrar uma solução negociada entre a prefeitura e a Ecovia.

"Até que se viabilize uma melhor solução para o impasse, revela-se razoável e plausível manter a situação existente", afirmou o juiz Carneiro no despacho. Para a Procuradoria Geral do Município (PGM), a decisão de fechar o acesso à BR-277 foi unilateral, desrespeitando o contrato de concessão de rodovias firmado pela Ecovia com o DER.

A prefeitura afirma que caso o acesso fosse fechado, os ônibus do sistema de transporte público que usam o trecho andariam mais de um quilômetro para entrar na rodovia. Este aumento da quilometragem provocaria um prejuízo de R$ 40 mil mensais.

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