Motoristas e cobradores negociam reajuste salarial com empresas de ônibus| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Motoristas e cobradores de Curitiba e Região Metropolitana rejeitaram a proposta dos empresários para reajustar os salários conforme a inflação dos últimos 12 meses. A decisão foi tomada em assembleia na noite desta segunda-feira (1.º). Uma contraproposta também foi aprovada pela categoria. Além disso, os trabalhadores tiraram um indicativo de greve para o sábado de carnaval (6), caso o salário de janeiro não seja pago em dia, até a próxima sexta-feira (5).

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A proposta aprovada é de 11% de reajuste salarial, mais R$ 500 como novo valor no cartão alimentação e R$ 388 de abono. Caso a inflação dos últimos 12 meses, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), supere a casa dos 11%, o valor do reajuste mudaria automaticamente pelo valor do índice, que ainda não foi divulgado.

Contra o aumento

Estudantes ligados ao Movimento R$ 3,70 Nem Tenta e ativistas ligados à Frente de Luta Pelo Transporte devem realizar novo ato contra o aumento da tarifa do transporte, no final da tarde desta terça-feira (2). Essa será a primeira manifestação desde que o aumento da tarifa foi anunciado pela prefeitura de Curitiba, na última sexta. O grupo deve distribuir panfletos no Centro da cidade, a partir das 16h, e se reunir na Boca Maldita a partir das 18 horas.

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O abono seria pago em parcela única, na volta das férias de cada trabalhador, segundo a proposta do sindicato da categoria (Sindimoc). Ano passado, a convenção pagou abono de R$ 350. O cartão alimentação atual é de R$ 415.

A proposta aprovada pela categoria não difere muito daquela apresentada pelo sindicato patronal (Setransp), que ofereceu o reajuste da inflação pelo acumulado nos últimos 12 meses.

Nas negociações entre as entidades, o Sindimoc já havia indicado ser contra a proposta patronal. Agora, representantes dos trabalhadores devem voltar a negociar com o Setransp, com a proposta aprovada em assembleia, um pouco mais tímida do que a protocolada inicialmente, quando o sindicato dos trabalhadores pedia reposição inflação mais 2% de aumento real.

A assessoria de imprensa do sindicato patronal informou na noite desta segunda que a entidade ainda não foi notificada da decisão dos trabalhadores e por isso não poderia comentá-la.

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Greve

Além do reajuste salarial, motoristas e cobradores aprovaram uma estratégia de paralisação para esta semana, caso as o salário de janeiro não seja pago em dia. Os empresários têm até a próxima sexta-feira (5), quinto dia útil do mês, para fazer o pagamento. Caso contrário o dinheiro não entre na conta, motoristas e cobradores devem entrar em greve no próximo sábado (6), véspera do feriado de carnaval.

Tarifa técnica

A Urbs, que administra o sistema urbano de ônibus, aguarda a negociação entre motoristas e empresas para definir o novo valor da tarifa técnica de Curitiba, hoje em R$ 3,27.

Os salários (custos com pessoal e benefícios) representam cerca de 34,94% dos custos do sistema. O que equivale a cerca de R$ 2,50, no cálculo atual. A tarifa técnica é usada para calcular o valor repassado pela Urbs às empresas.

O novo valor deve ser divulgado até 26 de fevereiro. Até lá, o usuário já vai pagar mais caro. A tarifa urbana em R$ 3,70 começou a valer nesta segunda-feira, aumento de R$ 0,40 em relação ao preço anterior. O presidente da Urbs, Roberto Gregório, justifica que o aumento no salário dos motoristas é retroativo ao primeiro dia de fevereiro, e é preciso acumular dinheiro em caixa para repassar às empresas.