A determinação da suspensão do reajuste da tarifa pelo Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) não deve alterar o pedido de reajuste dos motoristas e cobradores que atuam no sistema de transporte coletivo. Em campanha salarial desde o dia 1.º de fevereiro, data-base definida pela Justiça para a discussão do reajuste que será repassado aos trabalhadores do transporte coletivo, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) afirma que não mudará a estratégia de negociação e que vai manter o pedido de 15% de reajuste. O aumento pedido pelo Sindicato acrescenta R$ 0,22 na passagem de R$ 3,70, que deve voltar a ser praticada.
De acordo com o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, a pauta do Sindicato é anterior ao reajuste de 14,9% apresentado pela Urbs na última semana. “O nosso pedido de reajuste não está atrelado ao aumento da passagem e sim da defasagem do salário que a categoria tem enfrentado nos últimos anos”, afirmou. Ainda de acordo com Teixeira, o reajuste da tarifa que começou a valer na semana passada também pegou a categoria de surpresa. “Normalmente se fecha a negociação e só então a tarifa sobe. Esse último aumento, anterior à definição do reajuste, também nos surpreendeu”, disse.
Uma reunião foi marcada na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego entre os trabalhadores e as empresas do transporte coletivo para a próxima quinta-feira (16). De acordo com o Sindicato, há uma inércia dos empresários para discutir a questão e a categoria não descarta novas paralisações caso as negociações não avancem.
Tarifa técnica não foi definida
O aumento da tarifa social na última segunda-feira (06) não modificou a tarifa técnica - valor que é repassada às empresas que administram o transporte – continuava sendo R$ 3,66 antes mesmo da suspensão do aumento da passagem. A data para a definição da nova tarifa técnica é o dia 26 de fevereiro. O valor da nova tarifa técnica deve ser definido antes do reajuste dado aos motoristas e cobradores já que, para o Setransp, sindicato que representa as empresas do transporte coletivo, o salário dos trabalhadores corresponde a mais de 50% da planilha de gastos.
Ainda de acordo com o Setransp, a decisão do TC não deve alterar as negociações da campanha salarial dos motoristas e cobradores.