O Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba denunciou, nesta sexta-feira (16), oito envolvidos em atos de recrutamento e promoção de organização terrorista identificados antes da realização da Olimpíada de 2016.
A operação foi deflagrada no último dia 21 de julho. Doze dos envolvidos na investigação foram detidos no dia 21, duas semanas antes da Olimpíada, e encaminhados para a Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, já que havia risco de atuarem durante os jogos. Outros três foram presos em fases seguintes da mesma investigação.
Grupo que planejava terrorismo na Rio-2016 cogitou o uso de armas químicas
Leia a matéria completaForam as primeiras prisões no Brasil com base na recente lei antiterrorismo, sancionada em março pela ex-presidente Dilma Rousseff. Também foram as primeiras detenções por suspeita de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico, que atua no Oriente Médio, mas tem cometido atentados em várias partes do mundo.
Os oito vão responder pelos crimes de promoção de organização terrorista e associação criminosa. Destes, cinco também são denunciados por incentivo de crianças e adolescentes à prática de atos criminosos. Um dos oito denunciados pode responder , além destes dois crimes, por recrutamento para organização terrorista.
Prisão preventiva
O MPF também pediu a prisão preventiva dos oito denunciados e pediu a aplicação de medidas alternativas aos outros seis investigados pela Operação Hashtag até o fim das investigações policiais. Um deles ainda teve o pedido de prisão temporária prorrogado.
O grupo, integrado por brasileiros, vinha sendo monitorado há algum tempo - principalmente após as autoridades brasileiras receberem um relatório do FBI americano sobre os envolvidos - e seus integrantes foram presos em nove estados (Paraná, Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul).
“Por meio de quebras de sigilo telefônico, as autoridades rastrearam redes sociais, sites acessados e as mensagens trocadas entre o grupo pelo aplicativo Telegram, e verificaram intensa comunicação entre os integrantes, conclamando interessados a se organizar para prestar apoio ao Estado Islâmico, inclusive com treinamento já em território brasileiro”, explicou o MP nesta sexta-feira.
De acordo com as investigações, alguns dos envolvidos chegaram a noticiar a realização do “batismo” ao Estado Islâmico, jurando a fidelidade exigida pela organização terrorista. Também foram identificadas mensagens de celular relacionadas à possibilidade de se aproveitar o momento dos Jogos Olímpicos para a realização de ato terrorista (inclusive com diálogos sobre como confeccionar bombas caseiras). Estes atos, aliados a uma série de provas levantadas durante a investigação demonstraram a necessidade da decretação das prisões e, posteriormente, de suas prorrogações.
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