Cerca de 1,5 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam desde a manhã desta segunda-feira (5) espaços em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Curitiba, que fica na rua Dr. Faivre, no Centro. Por causa do protesto, a via foi bloqueada entre as avenidas Sete de Setembro e Visconde de Guarapuava. Equipes do BPTran e Setran já estão no local. A linha Circular Centro, que passa na região, registra um pouco de atraso nos horários.
Os protestos fazem parte da Jornada Nacional de Lutas. Segundo o MST, as ocupações, em nível nacional, devem permanecer pelo menos até a sexta-feira (9). A única manifestação da Jornada no Paraná acontece em Curitiba.
Entre as pautas, estão a exigência da reforma agrária, o assentamento imediato de 120 mil famílias e a suspensão da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de penalizar mais de 578 mil assentados no país por considerá-los irregulares. Além disso, eles pedem pelas restituições do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), além de se posicionarem contrários ao governo de Michel Temer (PMDB), que assumiu a presidência da república na semana passada, após destituição de Dilma Rousseff (PT).
“Vamos realizar atos no sentido da luta pelos nosso direitos, contra o golpe e pela democracia, mas, principalmente pela não paralisação da reforma agrária”, argumenta Simone Aparecida Rezende, que faz parte da coordenação estadual do MST no Paraná.
Na Rua Dr. Faivre, os manifestantes levantaram um grande acampamento, com a construção de várias barracas que devem servir como base de apoio ao grupo. A ideia é de que o ato prossiga até, pelo menos, a próxima sexta-feira (9).
“Esses barracos foram levantados mesmo para poder manter o protesto e garantir que o pessoal permaneça. E, claro, também é um símbolo da nossa luta”, explica Simone.
Segundo o Incra e os manifestantes, a sede do Instituto não foi ocupada, e os serviços no local continuam funcionando normalmente. Ainda assim, os integrantes do movimento tiveram o acesso ao estacionamento do prédio do órgão liberado, e também podem usar algumas salas para reuniões.
Por enquanto, também há informações sobre ocupações nas sedes do Incra e do Ministério da Fazenda, em Porto Alegre. Cerca de 2 mil pessoas também ocuparam o Ministério do Planejamento, na Esplanada dos Ministérios, no Distrito Federal.
Outras exigências
Outro ponto da reivindicação é a reforma da Previdência Social proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB). “A reforma da previdência, apresentada pelo governo ilegítimo de Michel Temer traz a perda de muitos direitos para trabalhadoras e trabalhadores, como a equiparação da idade de aposentadoria entre homens, mulheres e trabalhadores do campo e da cidade”, diz uma publicação na página oficial do Facebook do movimento.
O MST também reivindica a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, extinto na reforma ministerial de maio desse ano, e reafirma os protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT). “Nós estamos focados em três manifestações. Contra o golpe, contra essa reforma da Previdência e a favor da reforma agrária imediata”, afirma o movimento.
A Jornada Nacional de Lutas é organizada por MST, MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), MMC (Movimento de Mulheres Camponesas), MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), MAM (Movimento pela Soberania Popular na Mineração), Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Fetraf (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar) e MCP (Movimento Camponês Popular).
Trânsito na região
Em Curitiba, a Setran informou que alterou os tempos dos semáforos na região, pra dar maior fluidez no trânsito. A rua foi bloqueada com barreiras, pra ampliar a sinalização aos motoristas. Uma viatura da PM está no local.
Metalúrgicos vão às ruas em Curitiba por ‘mais empregos’; ato bloqueou marginal da BR-277
Um protesto organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba na manhã desta segunda-feira (5) bloqueou uma avenida lateral à BR-277 e o próprio acostamento da rodovia, mas o trânsito não foi afetado pela manifestação.
O objetivo dos metalúrgicos é pressionar o governo federal a adotar medidas que acelerem a economia e a geração de empregos sem atingir os direitos trabalhistas. Trabalhadores da Volvo, CNH, Bosch, WHB e Renault participaram do ato.
A Ecovia, que administra a rodovia, informa que às 8h o acostamento da BR-277 na altura do quilômetro 70 foi interditado, mas em torno das 9h11 o protesto na região havia se encerrado. A Ecovia também não registrou lentidão em nenhum dos trechos em decorrência do protesto.
No fim da manhã, os metalúrgicos fizeram um ato na Boca Maldita, no Centro. “O que vai salvar a economia é o fortalecimento do mercado interno através da baixa dos juros e do aumento da renda e do crédito. Acabar com direitos não tem relação nenhuma na geração de emprego”, cobra o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka.O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Miguel Torres, e o secretário geral da Força Sindical Nacional, João Carlos Gonçalves, estavam presentes no ato.
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