Os seis principais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo voltaram a registrar recuo em seus níveis de água. Essa é a quarta vez em sete dias que todas as reservas registram queda, de forma conjunta, em seus armazenamentos.
Um dos motivos desse recuo refere-se à falta de chuva na região da cabeceira dos sistemas, principalmente no do Cantareira, somada ao tempo seco dos últimos dias. Do dia primeiro de julho até agora, o manancial acumula 22 mm de água -o valor não corresponde nem à metade do volume esperado para todo o mês (50 mm).
A queda nos níveis dos reservatórios ocorre mesmo com a instituição do bônus, da sobretaxa e da política da Sabesp de reduzir a pressão nas tubulações da cidade.
Com esta última manobra, milhares de pessoas acabam ficando com torneiras secas na Grande São Paulo. A medida foi intensificada ao longo da crise para que a Sabesp pudesse retirar cada vez menos água dos reservatórios.
O Cantareira, o maior da Grande SP e em situação mais crítica, opera com 14,6% da capacidade após recuo de 0,1 ponto percentual, de acordo com balanço da Sabesp divulgado nesta quinta-feira (23). O sistema de Rio Grande foi o que registrou o maior recuo: 0,3 ponto percentual.
O Cantareira abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.
Adilson Nazário, meteorologista do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências, da prefeitura), afirma que uma passagem de uma frente fria deve trazer pancadas de chuva moderada em pontos isolados de São Paulo. Segundo Nazário, a frente fria está sobre o oceano entre o litoral do Paraná e São Paulo.
O meteorologista também alerta que não há previsão de grandes temporais para São Paulo e que a tendência é que as chuvas atinjam de forma fraca os reservatórios que estão mais ao leste e sul da capital paulista.
Medição do cantareira
O percentual usado na medição do sistema Canteira tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas).
Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total -sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. Essa é uma das três metodologias que a Sabesp usa atualmente para divulgar o volume do reservatório.
Outros reservatórios
O nível do sistema de Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 89,8% da capacidade.
As reservas do Alto Tietê e Alto de Cotia recuaram 0,2 ponto percentual, cada uma, em relação ao índice anterior. O Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 18,6% da capacidade.
No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).
Já o reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 63,6% da capacidade. O sistema já acumula 64,6 mm -20,97% a mais do volume esperado (53,4 mm).
A represa Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 77% da capacidade. O Guarapiranga, contudo, já acumula 64,6 mm de água, 53,45% a mais do esperado (42,1 mm).
Já o sistema de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 71,8% da capacidade após recuar 0,1 ponto percentual em relação a medição anterior.
A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
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