Com a ocupação do prédio PC, do câmpus Politécnico, na madrugada desta quinta-feira (10), chega a nove o número de locais ocupados pelo movimento Ocupa UFPR. Esse prédio abriga os cursos de Ciência da Computação e Biomedicina e é o terceiro do Centro Politécnico. As outras ocupações no câmpus ocorrem no Bloco PA, que abriga salas de aula de gabinetes do setor de Exatas, e o prédio Professor João José Bigarella, de Ciências da Terra.
O movimento de ocupação na UFPR começou em 24 de outubro, quando alunos do curso de pedagogia entrar no prédio Dom Pedro I, um dos blocos da Reitoria. Em 18 dias, o movimento já se estabeleceu em nove prédios da universidade.
As outras seis ocupações ocorrem no Dom Pedro I; Dom Pedro II; UFPR Litoral, em Matinhos; câmpus de Artes, no Batel; e Saúde II e o Departamento de Educação Física, no Jardim Botânico. Um grupo invadiu o prédio histórico da instituição, na Praça Santos Andrade, na última quinta-feira (3) à noite, mas saíram do local no sábado (5), após negociação com a direção da universidade.
Reflexos
De acordo com estimativas da UFPR, cerca de 5 mil alunos estão sendo afetados pelas paralisações – a instituição tem mais de 50 mil estudantes. Também de acordo com a universidade, é difícil estimar o número de cursos que aderiram ao movimento, porque algumas aulas são mais transversais. “Tomamos o caso de Exatas. Eles ofertam muitas disciplinas para outros cursos. As engenharias não pararam, por exemplo. Algumas aulas estão acontecendo em outros prédios, sendo remanejadas”, informa a instituição.
As atividades de pesquisa têm continuado, apesar das paralisações. “Ao que tudo indica, os pesquisadores estão tendo acesso aos prédios, mesmo os ocupados”, comunica a UFPR.
Na terça-feira (8), iniciaram os trabalhos da comissão de negociação formada pela instituição, que conta com a participação da pró-reitoria de Administração, da pró-reitoria de Assuntos Estudantis e de diretores de curso. Uma primeira roda de conversas reuniu esse grupo e mais 15 lideranças do movimento Ocupa UFPR. Os estudantes anunciaram que até o final desta quinta-feira (10) entregariam uma pauta formal para a comissão.
Até o momento, nenhum pedido de reintegração de posse partiu da reitoria da primeira universidade federal do país. A orientação tem sido seguir a desocupação do prédio histórico, bem sucedida na base do diálogo.
De acordo com os alunos, as pautas são nacionais – contra a PEC 55 e a MP 746 (reforma do Ensino Médio) –, na onda do movimento dos estudantes secundaristas, e também locais, como a resolução 96/2015, que estabelece normas para cancelamento do registro acadêmico.
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