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O número de mortos na região serrana do Rio já chega a 672, segundo os números oficiais das prefeituras das cidades devastadas pelas chuvas. Pelos últimos levantamentos dos municípios, são 318 mortos em Nova Friburgo, 274 em Teresópolis, 58 em Petrópolis, 20 em Sumidouro e 2 em São José do Vale do Rio Preto. O governador do Rio, Sérgio Cabral, classificou nesta segunda-feira (17) o desastre de "avalanche tropical".
Cabral anunciou ainda a liberação de 30 milhões de reais para as áreas afetadas e pediu ao governo federal mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida para priorizar moradores de áreas de risco. Neste domingo, ele decretou estado de calamidade pública em sete cidades da região serrana.
Há possibilidade de mais chuva nesta segunda-feira, especialmente em Teresópolis. Nos próximos dias, de acordo com previsão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é alta a probabilidade de chover em Nova Friburgo e Teresópolis, as duas cidades mais afetadas pela tragédia.
Após a tragédia, o governo federal anunciou nesta segunda a implantação de um sistema nacional de prevenção e alerta de desastres naturais, que deverá estar em funcionamento em 2015.
Em Teresópolis, a prefeitura informou que o número na Central de Cadastro de Desaparecidos pulou de 36 para 177. Em Petrópolis, há 36 desaparecidos, segundo a prefeitura. Em Sumidouro, há outros cinco. Já em Nova Friburgo, a prefeitura informou que não há levantamento sobre desaparecidos.
Já a Secretaria estadual de Saúde e Defesa Civil informa que são 665 mortos no estado, sendo 312 em Nova Friburgo, 276 em Teresópolis, 58 em Petrópolis (número inclui as duas mortes de moradores de São José do Vale do Rio Preto) e 19 em Sumidouro. O número de desabrigados e desalojados chega a 13.830, segundo o governo do estado.
Segundo a Polícia Civil, 661 corpos já foram identificados pelos peritos do IML (Instituto Médico Legal), sendo 275 em Teresópolis, 306 em Nova Friburgo, 56 em Petrópolis, 19 em Sumidouro, 4 em São José do Vale do Rio Preto e 1 em Bom Jardim.
As buscas por outras vítimas que ainda estejam soterradas e o trabalho de resgate da população que ainda se encontra em áreas isoladas entra em seu 6º dia, principalmente nos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis.
Pelo menos 10 estradas estão total ou parcialmente interditadas e existem algumas áreas onde as equipes de salvamento ainda não conseguiram chegar. As chuvas também deixaram milhares de desabrigados e desalojados e algumas áreas estão sem água, luz e telefone.
Tendas como as usadas após tsunami abrigarão vítimas das chuvas. Elas serão doadas por uma ONG, que trabalha em parceria com o Rotary Internacional. Cada barraca tem capacidade para dez pessoas e possui equipamentos de sobrevivência, cozinha separada, fogareiro, panelas, talheres, pratos, cobertor, purificador e armazenador de água.
Nesta segunda-feira (17) começa a funcionar o hospital de campanha no parque de exposições de Itaipava, em Petrópolis. A prefeitura apela para os mais de seis mil moradores e mil voluntários que tiveram contato com água e lama nos locais de enchente que procurem a unidade para se vacinar contra doenças, com tétano e leptospirose.
Região recebe reforço de 700 militares de SP, MG e RS
Mais de 700 militares do Exército de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais reforçam as tropas na Região Serrana do Rio. De acordo com o Comando Militar do Leste (CML), são militares especializados na construção de pontes móveis.
Nesta segunda-feira (17), soldados do Batalhão Escola de Engenharia, de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, instalarão uma ponte em Teresópolis. Além de Teresópolis, partes dos municípios de Bom Jardim e São José do Vale do Rio Preto também estão isoladas depois que diversas pontes foram destruídas pelo temporal.
Mudança no curso dos rios em Nova Friburgo
O presidente da Empresa de Obras do Estado do Rio de Janeiro, Ícaro Moreno Jr., coordenador de engenharia no resgate às vítimas de Nova Friburgo, diz que as chuvas foram tão devastadoras na cidade que "mudaram o curso dos rios". "A bacia hidrográfica passou a ser outra, e isso altera também o ecossistema. Vamos ter de refazer o desenho dos rios nos mapas e acrescentar ilhas fluviais que nunca existiram. E não há como voltar ao traçado antigo porque muitos dos sobreviventes foram parar nessas ilhas", explica.
Maior tragédia da história
Esta já é a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.
No ano passado, de janeiro a abril, o estado do Rio teve 283 mortes, sendo 53 em Angra dos Reis e Ilha Grande, na virada do ano, 166 em Niterói, onde se localizava o Morro do Bumba, e 64 no Rio e outras cidades atingidas por temporais em abril. Relembre outras tragédias.
Confira os locais mais atingidos pela tragédia:
Veja na galeria as fotos da tragédia: