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O pai da jovem Eloá Cristina Pimentel, Everaldo Pereira dos Santos, contratou um advogado para defendê-lo das acusações de participar de vários crimes em Alagoas, na década de 90, incluindo a morte do delegado Ricardo Lessa, irmão do ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa.

O crime ocorreu em outubro de 91 e, desde então, Santos é considerado foragido pela polícia do estado. Na ocasião, o pai de Eloá, que era cabo da Polícia Militar de Alagoas, foi acusado de integrar a "Gangue Fardada", um grupo de extermínio formado por policiais militares e liderado pelo ex-tenente-coronel Cavalcante, que inclusive está preso.

Em entrevista à Rádio CBN, ele negou qualquer envolvimento com a "Gangue da Farda" ou com o assassinato de Ricardo Lessa. O pai de Eloá contou que trabalhava na escolta do delegado até pouco antes do crime, mas que, por saber demais, foi afastado pela Secretaria de Segurança Pública. "Quem arquitetou foi esse coronel Cavalcante e nós nunca trabalhamos para ele", afirmou. Medo de falar

Depois da morte de Eloá e do conhecimento público das denúncias contra Everaldo, o pai da menina voltou a fugir e não participou do enterro da filha na manhã desta terça-feira (21). O ex-cabo da PM relata que quase foi morto em Alagoas e que tem muito medo de procurar a polícia para contar o que sabe.

"Quando eu chegar em Alagoas eles me matam, porque eles (não) querem um arquivo vivo, eles sabem que eu sei como eles arquitetaram. Quem fez esse esquema era muita gente de colarinho branco", disse.

O pai de Eloá afirma que o então governador Ronaldo Lessa não sabia do suposto esquema denunciado por ele envolvendo a cúpula de segurança do estado. Everaldo se defende e afirma que nunca houve provas contra ele.

"Estão achando que sou bandido, não sou bandido. Foi minha sobrevivência. Tanto que eu me converti ao evangelho, trabalhei 15 anos, criando meus filhos, nunca fiz nada de errado e onde passei fiz o bem", disse, emocionado.

A Polícia Civil de Alagoas pediu à polícia paulista a prisão do foragido. Segundo o delegado-geral da Policia Civil alagoana, Marcílio Barenco, Everaldo é um arquivo vivo dos crimes ocorridos na década de 90.

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