Numa reunião de três horas na Casa Civil nesta quarta-feira (26), o governo do Paraná e os servidores retomaram as negociações que foram frustradas no último sábado (22) – com a decisão dos professores de permanecerem em greve. Pela primeira vez, foi aberta a possibilidade de utilizar o R$ 1,4 bilhão previsto no orçamento de 2017 para bancar o reajuste salarial do funcionalismo. Tudo está condicionado, porém, ao fim dos movimentos grevistas.
No momento, há pelo menos três categorias em greve no Paraná: professores da rede estadual, docentes universitários e policiais civis. A paralisação foi motivada, principalmente, pela decisão do governo de suspender o reajuste salarial para os servidores previsto para janeiro – inflação de 2016 mais 1%. A medida custaria R$ 2,1 bilhões, mas o Executivo se compromete a pagar apenas promoções e progressões, ao custo de R$ 1,4 bilhão, conforme estabelecido no orçamento do ano que vem.
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Na semana passada, houve uma tentativa de acordo: o governo abriria mão da suspensão da data-base até 30 de novembro na busca de uma solução, desde que os servidores voltassem ao trabalho. O funcionalismo, no entanto, decidiu permanecer parado. Por isso, na tarde desta quarta-feira (26), o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, a secretária da Educação, Ana Seres, e o líder do governo na Assembleia Legislativa, Luiz Claudio Romanelli (PSB), se reuniram com representantes dos servidores para tentar reabrir a mesa de negociações.
Ao fim do encontro, o governo mostrou-se disposto a rever o uso do R$ 1,4 bilhão para outros pagamentos, sob duas condicionantes: todo o funcionalismo deve voltar ao trabalho imediatamente e qualquer acordo terá como base apenas esse montante já previsto no orçamento de 2017.
Segundo Rossoni, assim que as greves forem encerradas, o Executivo aceita discutir alternativas com os servidores. “O governo busca junto com os sindicatos e a sociedade paranaense uma saída para esta crise que estamos vivendo no país. Estamos dispostos a conversar sobre este valor que está dentro do nosso orçamento. Tudo isso será objeto de negociação a partir de agora.
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A coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná, Marlei Fernandes, comemorou o fato de os servidores terem conseguido demover o governo de restringir as discussões apenas ao pagamento das promoções e progressões. Segundo ela, os cálculos do funcionalismo apostam em um cenário de entrada de receitas mais otimista que o do Executivo, o que resultaria em um bolo de recursos maior do que o de R$ 1,4 bilhão. Com isso, seria possível pagar também o reajuste salarial em 2017.
“Agora, com números, dados e tudo o que for necessário, haverá condições de discutir esses dois pontos. Nos colocamos a partir do parâmetro do orçamento, mas confiamos que os números [da economia] serão maiores, e o governo terá condições de avançar mais.”
Sobre o possível fim das greves, ela afirmou que cada categoria irá debater o tema e convocar assembleia para votar o rumo das paralisações. Em tese, isso terá de ocorrer até a próxima segunda-feira (31), quando está prevista a primeira reunião entre Executivo e funcionalismo nessa nova rodada de negociações.
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