Orientação
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Os fieis que chegam para as missas na paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro Barreirinha, em Curitiba, não encontram mais água benta na entrada da igreja. A tradição de se benzer antes da celebração está suspensa desde quarta-feira (22) para evitar o contágio da nova gripe. A ideia partiu do Padre Leocádio Zytkowski, preocupado com a disseminação do vírus H1N1, e foi aprovada pelos fieis.
As pias das igrejas são usadas por centenas de pessoas a cada missa e podem acabar contaminadas com o vírus. Ao molhar a mão e levá-la ao rosto, os fieis poderiam se contaminar e espalhar a doença. Além da retirada da água, o padre achou melhor não entregar a comunhão diretamente na boca do fieis, para evitar contato com a saliva. As hóstias serão colocadas na mão das pessoas.
Já os ministros que auxiliam o padre na distribuição da eucaristia vão redobrar os cuidados com a limpeza das mãos. "Além de lavar as mãos com água e sabão, adotamos a utilização de água para higienização", explicou. O padre e os ministros também vão deixar de beber o vinho do mesmo recipiente durante a celebração. Uma das orientações para evitar a contaminação pelo vírus é não permanecer em locais fechados. Por isso, as missas só serão celebradas com porta e janelas abertas. Outra tradição que está suspensa é o "abraço da paz". Padre Leocádio afirma que colocou em votação as medidas nas duas missas realizadas na quarta-feira (22). As mudanças foram aprovadas por unanimidade. "Não houve imposição, foi apenas uma orientação e todos acharam por bem seguir estas idéias", disse.
O pároco conta que além da matriz, na Barreirinha, a paróquia é composta por 10 comunidades, três em Curitiba e sete em Almirante Tamandaré. A congregação é composta por cerca de 60 mil pessoas. "Eu celebro missas em todas estas comunidades e entro em contado com muitas pessoas. Além de me contaminar, também poderia transmitir a doença para os fieis", disse.
A Cúria Metropolitana de Curitiba informou que não há uma orientação expressa sobre as medidas para evitar a gripe. Segundo a assessoria de imprensa da arquidiocese, cada Padre é responsável por sua igreja e tem autonomia nas decisões. O Padre Leocádio disse que as mudanças são temporárias. Outros estados
Medidas semelhantes estão sendo adotadas em outros estados. Dom Pedro Luiz Stringhini, responsável pela região episcopal Belém, mandou uma carta na terça-feira (21) aos Padres das 63 paróquias e 140 comunidades da Zona Leste de São Paulo aconselhando mudanças nas missas por causa da doença. São três recomendações: "pedir que os fiéis recebam a comunhão na mão", "não fazer o convite ao abraço da paz, passando diretamente ao 'Cordeiro de Deus'" e "não convidar os fiéis a darem as mãos na oração do Pai Nosso". E Minas Gerais, as paróquias estão substituindo o abraço por um minuto de silêncio. Em dias de maior movimento, as missas têm a duração reduzida de uma hora para 45 minutos.
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