O Paraná disponibiliza a partir do próximo sábado (13) testes rápidos para detecção do vírus HIV em mais de 400 unidades de saúde. A medida é parte da campanha Fique Sabendo, do Ministério da Saúde (MS) e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que pretende esclarecer sobre o quadro pessoas infectadas que desconheçam a infecção. A mobilização vai até o dia 15 de outubro e acontece todo o estado.

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O público-alvo são pessoas a partir dos 12 anos de idade. A recomendação é para que se preocupe mais quem já teve pelo menos uma vez um dos comportamentos considerados de risco, como relação sexual sem preservativo, transfusão de sangue ou compartilhamento de seringas.

A adesão dos municípios paranaenses à campanha foi voluntária. De acordo com a Sesa, mais de 98% das cidades aderiram à mobilização. Destes, 30% disponibilizarão os testes rápidos, que são realizados através da retirada de uma única gota de sangue do dedo do paciente e que dão o resultado na hora. Os demais municípios realizarão testes convencionais, que apresentam o resultado em sete dias. A lista dos locais onde o teste poderá ser realizado será disponibilizada no site da Sesa (www.saude.pr.gov.br) a partir de quinta-feira (11).

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O exame será gratuito e não haverá necessidade de apresentar documento de identidade para realizá-lo. Profissionais de saúde estarão preparados para prestar apoio às pessoas e aconselhá-las em caso de resultado positivo.

Lançamento da campanha

O lançamento da campanha Fique Sabendo acontece às 9h deste sábado (13), no Centro de Referência Bruno Piancastelli, em Londrina, no Norte do Paraná. A solenidade contará com a presença do atleta Diego Hipólito, convidado do MS para ajudar na divulgação da campanha. Entre 25 de agosto e 5 de setembro, a campanha foi realizada no estado de São Paulo.

Aids

De acordo com Wilsa Regina Amaral Zemere, técnica de vigilância epidemiológica de DST, HIV/Aids da Sesa, a maior importância do diagnóstico precoce é a possibilidade de um tratamento mais adequado. "Quando a pessoa sabe que tem HIV, deve mudar diversos hábitos de vida, para evitar qualquer tipo de doença, já que seu sistema imunológico está prejudicado", explica. Entre as medidas a serem adotadas estão se alimentar com melhor qualidade, realizar exercícios físicos periódicos e parar de fumar ou ingerir bebidas alcoólicas.

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"Tem muita gente que tem o HIV, mas, como o vírus não se manifesta, acaba descobrindo a condição tarde demais", diz a técnica. Wilsa explica que a Aids (sigla em inglês para síndrome da imunodeficiência adquirida), é um conjunto de sintomas e infecções conseqüentes da ação específica do vírus HIV (sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana), mas que pode levar até 15 anos para se manifestar. Quando possui menos de 350 células CD4 (de defesa do organismo) por milímetro cúbico de sangue é que o paciente é considerado portador da síndrome.

"O problema é que a pessoa infectada, mesmo sem a Aids desenvolvida pode transmitir o vírus", afirma Wilsa. Assim, o conhecimento do quadro pode prevenir a infecção de milhares de outros indivíduos. Com o sistema imunológico debilitado, qualquer doença é de risco e pode levar à morte o paciente.

Dados de 2006, os últimos fechados, com os quais a Sesa trabalha, dão conta de que, na época, 18.770 soropositivos estavam confirmados em todo o estado. Destes, 65% eram homens, e 35% mulheres. Do total, 80% dos casos ocorriam em pessoas entre 20 e 49 anos. Apesar disso, Wilsa afirma que a campanha não faz restrições a sexo ou a idade em seu público-alvo. "Qualquer pessoa acima de 12 anos pode fazer o exame". De acordo com a Sesa, 4% do total de casos contabilizados ocorrem em adolescentes entre 13 e 19 anos.

Cenário global

Hoje, de acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids), 33 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo. Em 2007, ocorreram 2,7 milhões de novas infecções pelo vírus e 2 milhões de pessoas morreram em decorrência da Aids.

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Atualmente, o MS estima que 620 mil pessoas sejam soropositivas no Brasil. No Paraná, o primeiro caso foi detectado em 1984. O último relatório, de 2006, aponta 983 novos casos diagnósticos de HIV/Aids. Destes, 23,7% dos pacientes faleceram. As regionais de Paranaguá e metropolitana de Curitiba são as com maior incidência de diagnósticos: 19,22 e 16,55 casos por 100 mil habitantes, respectivamente.