A concessão de anistia geral e irrestrita a policiais militares grevistas é um estímulo a outras paralisações país afora e deve ser evitada pelo governo da Bahia. Essa é a opinião de advogados e cientistas políticos ouvidos pela reportagem. Eles manifestaram a mesma preocupação da presidente Dilma Rousseff de que, ao menos, aqueles que cometeram atos violentos não fiquem sem punição.
"Tem que responsabilizar. Se começar a ter anistia, você põe em risco a disciplina e a hierarquia, que são princípios fundamentais das Forças Armadas e da Polícia Militar, e, aí, acaba a segurança", afirmou o advogado especialista em Direito Militar Dircêo Torrecillas Ramos.
Professor de Ciência Política da Universidade Federal da Bahia e presidente do comitê baiano da ONG Tortura Nunca Mais, Joviniano Neto também é favorável à aplicação de sanções. "A punição daqueles que abandonaram a manifestação pacífica e partiram para a violência e a prática de atos ilícitos tem que acontecer para servir de exemplo e mostrar que há limites."
O constitucionalista Iberê Bandeira de Mello também defende a punição para os casos mais graves. "É uma decisão de governo, mas entendo que pode haver anistia para os casos em que não houve abuso nem excesso.
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