Atravessar a BR-277 no Jardim Rondinha, nas redondezas do Colégio Bom Jesus em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, exige uma dose de atenção e coragem. Todos os dias os moradores da região são obrigados a se arriscar para atravessar a pista, já que não há passarela no local. "É muito perigoso. Neste ano já houve uma pessoa atropelada aqui", aponta a presidente da Associação dos Moradores do Jardim Rondinha, Alzira Blind.
O pior horário, reclama Alzira, é de noite. "A visibilidade é ruim, e no começo da noite tem muita criança voltando da escola", comenta. Segundo ela, o ônibus deixa os estudantes do outro lado da pista. Em agosto do ano passado, moradores das margens da rodovia chegaram a bloquear a estrada para protestar contra a falta de passarelas.
Já nas áreas onde há passarelas no trecho urbano da 277 em Campo Largo o problema é a imprudência. Em fevereiro, dois homens morreram atropelados por uma ambulância ao tentarem cruzar a via exatamente embaixo da passarela no Jardim Guarani.
Giovani Marochi, que também mora em um bairro à margem da 277, admite que mesmo com a passarela faz a travessia pela pista. "Sei que é errado, mas se for atravessar pela passarela, perco tempo e posso chegar atrasado na escola", afirma, referindo-se aos cinco minutos a mais que levaria se optasse pela passarela, ao caminhar cerca de 100 metros a mais. "Na hora de atravessar a gente se preocupa mais com o horário, pensa que nunca vai acontecer com a gente."
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