Um dos aviões apreendidos na Operação Celeno foi alvejado pela FAB, quando fazia o contrabando de mercadorias do Paraguai em 2015| Foto: PF/Divulgação

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (16) uma operação para desarticular uma organização criminosa que atuava em vários estados e movimentava anualmente cerca de R$ 3 bilhões em mercadorias contrabandeadas. O grupo transportava as mercadorias em aviões, que também foram apreendidos – incluindo um que foi alvejado pela Força Aérea Brasileira (FAB). De acordo com a PF, participam da Operação Celeno cerca de 360 policiais, que cumprem 138 mandados judiciais: 28 mandados de prisão preventiva, 15 de prisão temporária, 18 de condução coercitiva (quando a pessoa é intimada a depor e liberada em seguida) e 77 de busca e apreensão, no Paraná, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.

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Celeno

O nome da operação remete à mitologia grega: Celeno é uma harpia, um tip ode monstro. O nome ainda pode ser remetido a “obscuro” ou “escuridão”.

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As investigações começaram em 2013, quando a PF detectou quatro grupos que, quase diariamente, conduziam aeronaves de Salto Del Guairá, no Paraguai, até pistas clandestinas no interior de São Paulo. As mercadorias eram encaminhadas para entrepostos de armazenamento, de onde eram transportadas por caminhões até os destinatários finais.

Pelo menos doze aeronaves eram utilizadas pelos criminosos – quatro foram apreendidas ao longo da investigação, uma delas alvejada pela FAB quando retornava ao Paraguai, em 2015. Cada uma delas levava cerca de 600 quilos em mercadorias, num valor estimado de US$ 500 mil por frete.

Os responsáveis pelos fretes aéreos eram contratados por agenciadores baseados em Foz do Iguaçu, no Paraná, e em cidades do Paraguai. Parte da comercialização dessas mercadorias acontecia em empresas dos próprios contrabandistas, estabelecidas em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo e também na capital paulista.