PSol promove ato pela cassação

O PSol fará um ato público para apresentar um abaixo-assinado com 60 mil assinaturas recolhidas em todo o país, pedindo a cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Será hoje, às 14h30, em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Depois da manifestação, o documento será entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e ao presidente da Mesa Diretora, o senador Tião Vianna (PT-AC), vice-presidente do Senado. "Sem a pressão das ruas, vai ter pizza", disse o deputado federal Chico Alencar (PSol-RJ).

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Dias garante terceira representação

Brasília – A Mesa Diretora do Senado encaminhará ao Conselho de Ética uma terceira representação por falta de decoro contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Quem garante é o segundo vice-presidente, o paranaense Alvaro Dias (PSDB), que presidirá na quinta-feira a reunião da Mesa que vai deliberar sobre o assunto.

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Brasília – A Polícia Federal (PF) informou ao Conselho de Ética do Senado que entrega na próxima quinta-feira o resultado da perícia nos documentos de defesa do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), com uma resposta conclusiva sobre os 30 quesitos formulados. O laudo vai dizer se tem origem legal a fortuna de Renan, estimada em cerca de R$ 10 milhões, avaliar a legalidade das operações de venda de gado, com as quais ele alega ter faturado R$ 1,9 milhão em quatro anos e atestar se ele usou recursos próprios, como alega, no pagamento de despesas pessoais, como a pensão paga à jornalista Mônica Veloso, com a qual tem uma filha.

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O laudo está sendo concluído pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC). Uma autoridade com acesso ao trabalho informou que o resultado até agora é desfavorável ao senador porque, entre os documentos apresentados pela defesa, há muitas notas fiscais frias de venda de gado, emitidas por compradores inidôneos. Também haveria incompatibilidade do patrimônio de Renan com suas rendas de parlamentar e agropecuarista. Os peritos também encontraram divergências de datas e valores entre as retiradas e os pagamentos feitos a Mônica.

Ao aprofundar a análise do material que provaria a venda de gado os peritos também se defrontaram com um "laranjal" de empresas fictícias e correntistas de aluguel apontados como supostos compradores da carne oriunda das fazendas de Renan. O esquema seria comandado pela empresária Zoraide Beltrão, dona do frigorífico Mafrial, apontado por Renan como comprador dos seus bois.

Embora apareça nas Guias de Trânsito de Animais (GTAs) como destino do gado de Renan, o Mafrial não emitiu sequer uma nota própria. Em vez disso, mandou notas fiscais de supostos compradores da carne, como os frigoríficos GF Silva, Carnal Carnes e Stop Carnes, apontadas pelo fisco alagoano como empresas de fachada, criadas para fins de evasão fiscal e lavagem de dinheiro.

Num último esforço para reverter o quadro desfavorável, Renan enviou ontem ao INC mais um lote de documentos – notas fiscais das três empresas de fachada, recibos e GTAs. Ele espera com isso fechar um montante de mais de 600 bois cuja venda efetiva não estava comprovada.

O laudo do INC deveria ter sido entregue ontem, mas sua conclusão foi adiada devido à demora na entrega de todos os documentos. O documento é decisivo para o futuro do senador, que pode perder o mandato e ter os direitos políticos suspensos por oito anos.

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Entre 2004 e 2006, o esquema comandado pelo Mafrial movimentou três grandes contas em nome de laranjas, pelas quais passavam entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão mensais. Uma das contas foi aberta no banco HSBC em nome do frigorífico GF Silva, cujo titular é Genildo Ferreira da Silva Costa, um modesto ex-empregado de Zoraide.

A conta registrou um movimento médio de R$ 500 mil mensais até ser extinta no fim de 2006. Valores idênticos circularam nas contas da Carnal Carnes e Stop Carnes, abertas nos bancos Bradesco e Real.