Pinheiros cortados para plantio de soja

Pinhão - Dez hectares, o equivalente a quase oito campos de futebol, foram desmatados para o plantio de grãos no distrito de Faxinal dos Silvérios, no município de Pinhão, Região Centro-Sul do Paraná. Árvores centenárias, como imbuia e araucária, estão dando lugar a um plantio de soja. A área, que é considerada de preservação permanente por conter nascentes de rios, será embargada. A descoberta do desmatamento ocorreu no segundo dia da Operação Angustifolia, realizada em conjunto entre fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Força Verde e Polícia Federal.

O local é um dos 145 pontos espalhados na Região Centro-Sul do Paraná com suspeita de crime ambiental. Uma equipe de fiscais, que integra a força-tarefa composta por 223 agentes de seis estados brasileiros, chegou pela manhã ao local e colheu informações sobre a área. Conforme o perito criminal da Polícia Federal Fábio Augusto da Silva Salvador, os pontos serão comparados com imagens de satélite para precisar o tamanho da área desmatada. Se a estimativa de 10 hectares for confirmada, o proprietário do terreno pode receber multa de R$ 70 mil. O IAP irá identificar o dono da área por meio da matrícula do terreno.

Além do desmatamento, os fiscais encontraram na mesma região dois pinheiros cortados e três fornos de carvão. O perito criminal federal Cassius Benites acredita que o desmatamento foi provocado com o interesse de usar a área para a agricultura. "As árvores menores são usadas para carvão", afirma, enquanto que as maiores são vendidas clandestinamente para serrarias ou simplesmente queimadas.

A megaoperação no Paraná entra hoje no terceiro dia. A expectativa é que dure duas semanas até que os pontos suspeitos sejam vistoriados em 14 cidades paranaenses. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, deve acompanhar a operação amanhã. Ele deverá fazer um sobrevoo nas áreas desmatadas, embora sua agenda oficial ainda não tenha sido confirmada.

Até o momento foram efetuadas três prisões que envolveram um empresário, acusado de desacato, um proprietário de um picador clandestino e um homem que portava ilegalmente uma arma de fogo. O Ibama emitiu ainda 26 autos de infração que totalizam R$ 1,17 milhão em multas.