O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu na manhã desta quinta-feira (7) um policial militar e um ex-PM suspeitos de participação na chacina na sede da torcida corintiana Pavilhão Nove, na zona oeste de São Paulo, que deixou oito mortos no mês passado.

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Os presos são o soldado Walter Pereira da Silva Junior, que atua em Carapicuíba, na Grande SP, e o ex-policial Rodney Dias dos Santos. O pedido havia sido feito pelo setor de chacinas do DHPP no dia 5. A 5ª Vara Criminal aceitou o pedido.

Rodney Santos foi expulso da PM, após ter sido condenado por receptação – ele foi encontrado em um carro roubado, armado e ainda tentou subornar os policiais que o flagraram na ocasião.

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A polícia ainda investiga um terceiro PM. Esse homem, também policial, teria ido à sede da torcida uma semana antes do crime, que aconteceu no dia 18 de abril, e agredido alguns integrantes. Até o momento há duas linhas principais de investigação sobre a motivo da chacina: tráfico de drogas e dívida.

A suspeita sobre o envolvimento de policiais no crime foi revelada pela Folha de S.Paulo em reportagem no mês passado.

Na ocasião, o secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que não havia nenhum indício de que policiais tivessem participado da chacina na sede da torcida corintiana.

“Não há nenhum indício de que policiais tenham participado. O que gerou essa boataria foi um comentário feito por um faxineiro do local, um comentário feito no momento que ele estava alcoolizado teria visto um cinto de policial”, afirmou. “E, depois, livre dos efeitos maléficos do álcool, ele não disse mais isso. Mas isso gerou um rebuliço”, completou, à época, o secretário da gestão Geraldo Alckmin (PSDB).

O alvo dos assassinos, segundo a apuração policial, era apenas o ex-presidente da torcida Fábio Domingos, 34, traficante de drogas na região da Ceagesp (central de abastecimento), na zona oeste.

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Pistas

Os investigadores ainda apuram outras duas pistas. A primeira é que o ex-presidente da torcida corintiana teria perdido um carregamento de drogas ao ser preso -na ocasião, teria sido libertado após pagamento de propina. Outra hipótese é que ele tenha pegado dinheiro emprestado com um agiota e, assim, acumulado uma dívida.

Domingos foi um dos corintianos presos em 2013 em Oruro, na Bolívia, sob a acusação de lançar um sinalizador que matou o torcedor boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, 14, numa partida do Corinthians pela Libertadores.

Crime

O crime aconteceu no final da noite de 18 de abril, um sábado. As vítimas, com idades entre 19 e 38 anos, foram mortas com tiros na região da cabeça, após serem obrigadas a ficar deitadas no chão, e cápsulas de pistola de 9 mm foram encontradas no local do crime.

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De acordo com testemunhas, 12 homens estavam na sede da torcida quando os assassinos chegaram. Três deles conseguiram escapar e um outro, um faxineiro, foi poupado -enrolado numa faixa da torcida, disse ter só ouvido disparos.

Também de acordo com depoimento da testemunhas, antes da chacina houve uma discussão entre Fábio Domingos e os criminosos.

Inicialmente, a polícia investigava dois nomes (ou codinomes) de possíveis assassinos: André e Domênico. Depois descobriu que se tratava de uma pista falsa, plantada no início da investigação.

A torcida foi fundada em setembro de 1990, numa homenagem de amigos corintianos ao time de futebol da casa de detenção do Carandiru. A entidade tem como símbolo a figura de um dos irmãos Metralha, personagens da Disney, e atua também como bloco carnavalesco.

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