Policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DRF) de Curitiba confirmaram na manhã desta quinta-feira (3) que prenderam o suspeito de ter assassinado o escritor e jornalista Wilson Bueno, 61 anos, encontrado morto em casa na última segunda-feira (31). Um cheque nominal de R$ 130 teria sido o motivo do crime. No dia seguinte ao homicídio, o delegado da DRF Silvan Rodney Pereira disse que um talão de cheque de Bueno, sem duas folhas, havia sumido. Um deles era esse cheque de R$ 130, datado de 31 de maio, assinado pelo escritor, e o outro de R$ 115 foi assinado em 25 de maio. O acusado está sob custódia na carceragem da delegacia e teria confessado o crime.
Ainda na tarde desta quinta-feira, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP) vai conceder uma coletiva. O delegado responsável pelo caso Silvan Rodney Pereira da DRF dará mais detalhes sobre a prisão do jovem de 19 anos, que não teve a identidade divulgada.
Na terça-feira (1º), o delegado, disse que era possível afirmar com certeza que o assassino estava dentro da residência com o consentimento do escritor. Ele disse ainda que parentes relataram a falta de dois aparelhos celulares e uma máquina fotográfica da casa. Estes objetos poderiam indicar a autoria do crime e por isso foram retirados do local pelo criminoso. Além disso, um computador e um fax foram movidos dos lugares onde costumavam ficar. O escritório estava bastante revirado. No escritório foram encontrados um chinelo, que pode ser do assassino, e uma marca de planta de pé em uma das poças de sangue.
O laudo do Instituto de Criminalística (IC) apontou que Bueno morreu depois de sofrer uma hemorragia, ocasionada por um golpe no pescoço. Ele foi atingido por um objeto que perfurou as veias jugulares da vítimas. O corpo foi encontrado na segunda-feira, em estado de rigidez, o que indica que ele estava morto há mais de 12 horas.
O corpo do escritor foi enterrado na tarde desta última terça-feira (1º) no Cemitério Municipal do Santa Cândida e durou cerca de 20 minutos. Durante a cerimônia, alguns amigos e familiares citaram trechos da Bíblia e, para se despedir, cantaram a música "Amigo" de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
Bueno foi autor de 13 livros e também foi o criador do jornal cultural Nicolau. Ele havia entregado o 14º livro para a editora. O livro "Mano, a noite está velha", é uma homenagem a um irmão que já morreu.